domingo, 10 de fevereiro de 2008

«Não podemos aceitar leis contrárias à vida humana», diz cardeal

Para D. Odilo Scherer, tema da defesa da vida deve ganhar discussão ampla no Brasil

Por Alexandre Ribeiro

SÃO PAULO, domingo, 10 de fevereiro de 2008 (ZENIT.org).- O cardeal Odilo Scherer afirmou que a sociedade não pode aceitar leis contrárias à vida humana.

O arcebispo de São Paulo explica, em mensagem para a Quaresma, difundida essa semana por sua arquidiocese, que «a vida do próximo é um bem precioso e inviolável, que não nos pertence, nem pertence à sociedade ou ao Estado, mas por estes deve ser tutelada, como o primeiro e mais fundamental direito dos cidadãos».

Dom Odilo enfatiza que, desprezado o direito à vida, «ficam ameaçados todos os demais direitos humanos».

O arcebispo destaca que a Campanha da Fraternidade 2008 da Igreja no Brasil não quer restringir-se à reafirmação clara da posição da Igreja na defesa da vida humana.

A iniciativa, que se estende pela Quaresma, «vem para suscitar uma discussão ampla no Brasil sobre os motivos pelos quais devemos assumir a defesa firme da vida humana e pelos quais não podemos aprovar as várias formas de agressão direta contra a vida humana, como o aborto, a eutanásia e o uso de embriões humanos na pesquisa científica».

Em um contexto de banalização da violência, dos assassinatos, «que acabam sendo vistos como ‘fatos corriqueiros’, o cardeal Scherer afirma que «quando se perde a noção do valor da vida e da gravidade de cada morte provocada, uma grave ameaça pesa sobre a vida de todos; mas o risco mais sério sobra para as pessoas indefesas e frágeis, em todos os sentidos».

O arcebispo enfatiza que não pode haver «dúvida nem vacilação em relação à defesa da vida humana diante de toda forma de agressão direta e voluntária a ela, ainda mais quando se trata de tirar a vida de um outro ser humano».

«Defender a dignidade da pessoa e a inviolabilidade de sua vida é uma ação importantíssima de fraternidade e caridade, que decorre da ética humana e da nossa fé em Deus. Isso significa também valorizar e defender a própria vida», afirma.

Segundo o arcebispo de São Paulo, a Campanha da Fraternidade «coloca-nos diante do dilema: escolher a vida ou a morte».

«E, com a Palavra de Deus, a Igreja nos convida a escolher a vida; é a única atitude que convém para valorizar a vida do próximo e a própria existência», escreve o cardeal Scherer.

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