sexta-feira, 7 de março de 2008

Papa apresenta vida sacramental como antídoto às seitas

Ao receber os bispos da Guatemala

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 6 de março de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI apresentou uma vida de fé e de participação nos sacramentos como antídoto contra a expansão das seitas, especialmente na América Latina.

Foi a mensagem que deixou esta quinta-feira ao receber os bispos da Guatemala que realizaram sua qüinqüenal visita «ad Limina Apostolorum» ao Papa e a seus colaboradores.

Depois de ter recebido pessoalmente os prelados e de ler seus informes, o Santo Padre constatou que «Deus abençoou o povo guatemalteco com um profundo sentimento religioso, rico de expressões populares, que hão de amadurecer em comunidades cristãs sólidas, celebrando com alegria sua fé como membros vivos do Corpo de Cristo (cf. 1 Co 12, 27) e fiéis ao fundamento dos apóstolos».

«Sabeis muito bem que a firmeza da fé e a participação nos sacramentos fazem fortes vossos fiéis diante do risco das seitas ou de grupos pretensamente carismáticos, que criam desorientação e chegam a pôr em perigo a comunidade eclesial», acrescentou o Papa.

Nos últimos trinta e cinco anos, segundo alguns especialistas, grupos protestantes e outras seitas religiosas teriam conseguido atrair quase 30% da população, ainda que os números exatos são difíceis de confirmar, pois também há pessoas que abandonam posteriormente essas confissões. Estimativas apontam que na Guatemala existam atualmente cerca de dez mil grupos fundamentalistas.

Vários representantes da Santa Sé denunciaram nos últimos anos que a Guatemala se converteu em uma espécie de experimento para os grupos fundamentalistas dos Estados Unidos para penetrar em toda a América Latina.

O cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, em declarações publicadas pela agência «Notimex» em 3 de janeiro de 1999, revelava que uma das causas desta invasão se encontra no informe redigido por Nelson A. Rockefeller para o presidente Richard Nixon em agosto de 1969.

O documento sustentava que após o Concílio Vaticano II a Igreja Católica deixou de ser uma aliada de confiança para os Estados Unidos e a garantia de estabilidade social no continente (sul-americano), pelo que insistia na necessidade de substituir os católicos por outros cristãos na América Latina.

Rockefeller pedia no documento apoio para os grupos fundamentalistas cristãos e as agregações como Moon e Hare Krishna.

O cardeal Lozano revelava que as seitas se tinham proposto para o ano 2000 ter entre suas filas 50% da população guatemalteca, objetivo que fracassou.

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