domingo, 9 de dezembro de 2007

Ato de veneração à Imaculada Conceição na Piazza di Spagna

Homilia do Santo Padre na Piazza di Spagna

ROMA, domingo, 9 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir a homilia pronunciada pelo Santo Padre durante o Ato de Veneração à Imaculada, na Piazza de Spagna, em Roma, na tarde desse sábado, no dia em que a Igreja comemora a festa da Imaculada Conceição de Maria.

* * *

Caros irmãos e irmãs:

Em uma ocasião já tradicional, nós nos encontramos aqui, na Piazza di Spagna, para oferecer nossa homenagem floral a Nossa Senhora, no dia em que toda a Igreja celebra a festa de sua Imaculada Conceição. Seguindo os passos de meus predecessores, também eu me uno a vós, caros fiéis de Roma, para estar com afeto e amor filiais aos pés de Maria, que há 150 anos já vela do alto desta coluna sobre nossa cidade. O gesto de hoje é, portanto, um gesto de fé e de devoção que nossa comunidade cristã repete todos os anos, quase para confirmar o próprio empenho de fidelidade Àquela que, em todas as circunstâncias da vida cotidiana, nos assegura sua ajuda e sua proteção materna.

Esta manifestação religiosa é, ao mesmo tempo, uma ocasião para oferecer aos que vivem em Roma ou passam alguns dias como peregrinos e turistas, a oportunidade de sentirem-se, ainda que na diversidade das culturas, uma única família que se reúne em torno de uma Mãe que partilhou as fadigas quotidianas de cada mulher e mãe de família. Uma mãe, antes de tudo, singular, escolhida por Deus para uma missão única e misteriosa, de gerar à vida terrena o Verbo eterno do Pai, vindo ao mundo para a salvação de todos os homens. E Maria, Imaculada na sua concepção virginal – assim a veneramos hoje com devoto reconhecimento –, percorreu sua peregrinação terrena sustentada por uma fé intrépida, uma esperança sólida e um amor humilde e ilimitado, seguindo os passos de seu filho Jesus. Esteve próxima dele com solicitude materna, do nascimento ao Calvário, onde assistiu à sua crucifixão repleta de dor, mas imóvel na esperança. Ela depois experimentou a alegria da ressurreição, no alvorecer do terceiro dia, do novo dia, quando o Crucificado deixou o sepulcro, vencendo para sempre e de forma definitiva o poder do pecado e da morte.

Maria, em cujo seio virginal Deus se fez homem, é nossa Mãe! Do alto da cruz, de fato, Jesus, antes de consumar seu sacrifício, entregou-a como mãe e a Ela nos confiou como seus filhos. Mistério de misericórdia e de amor, dom que enriquece a Igreja de uma fecunda maternidade espiritual. Voltamos nosso olhar a Ela, sobretudo neste dia, caros irmãos e irmãs, e, implorando sua ajuda, dispomo-nos a ter seu materno ensinamento como tesouro de todos. Esta nossa celeste Mãe não nos convida somente a fugir do mal e a fazer o bem seguindo docilmente a lei divina inscrita no coração de todo cristão? Ela, que conservou a esperança ainda em meio à prova, não nos pede senão que não percamos a força quando o sofrimento e a morte batem à porta de nossas casas? Não nos pede para guardar fielmente o nosso futuro? A Virgem Imaculada não nos exorta a sermos irmãos uns dos outros, todos comungando o empenho de construir juntos um mundo mais justo, solidário e pacífico?

Sim, caros amigos! Mais uma vez, neste dia solene, a Igreja mostra Maria ao mundo como sinal de segura esperança e de definitiva vitória do bem sobre o mal. Aquela que invocamos como «cheia de graça» nos recorda que somos nós todos irmãos e que Deus é nosso Criador e Pai. Sem Ele, ou ainda pior, contra Ele, nós, homens, não podemos mais encontrar o caminho que conduz ao amor, não podemos mais construir uma paz estável.

Acolham os homens de cada nação e cultura esta mensagem de luz e de esperança: acolham-no como dom das mãos de Maria, Mãe de toda humanidade. Se a vida é um caminho, e este caminho se torna freqüentemente escuro, duro e fatigoso, esta estrela poderá iluminá-lo? Em minha encíclicaSpe salvi, publicada no início do Advento, escrevi que a Igreja se volta para Maria e a invoca como «estrela da esperança» (n. 49). Em nossa viagem comum no mar da história, necessitamos de «luzes de esperança», de pessoas, isto é, que trazem luz de Cristo «e oferecem assim orientação para nossa travessia» (ibid.). E quem melhor que Maria pode ser para nós «Estrela da esperança»? Ela, com seu «sim», com a oferta generosa da liberdade recebida do Criador, consentiu com a esperança dos milênios de encontrar a realidade, de entrar neste mundo e na sua história. Por seu intermédio, Deus se fez carne, tornou-se um de nós, e construiu sua morada no meio de nós.

Por isso, animados pela filial confiança, dizemos-lhe: «Ensinai-nos, Maria, a crer, a esperar e a amar como vós; indicai-nos o caminho que conduz à paz, o caminho em direção ao reino de Jesus. Vós, Estrela da esperança, que trepidante nos atendeis na luz sem fim da Pátria eterna, brilhai sobre nós e guiai-nos na vivência de cada dia, agora e na hora de nossa morte. Amém!»

Tradução do original em italiano por José Caetano. Revisão: Aline Banchieri

Porta-voz vaticano: Papa acredita no diálogo sincero com os muçulmanos

Comenta o encontro de reflexão proposto por Bento XVI a representantes muçulmanos

CIDADE DO VATICANO, domingo, 9 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI acredita no «diálogo sincero e leal» com os muçulmanos, assegurou o padre Federico Lombardi, S.I., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

O porta-voz vaticano analisou a evolução no diálogo com o Islã promovida pelo Papa no último ediorial de «Octava Dies», semanário de informação do Centro Televisivo Vaticano, do qual também é diretor.

«O Papa respondeu, em meados de novembro, à carta que em outubro, ao final do Ramadã, foi dirigida a ele e a outras autoridades cristãs por 138 líderes religiosos muçulmanos», recorda o padre Lombardi.

«Era uma carta importante, que sublinhava o papel central do amor a Deus e ao próximo no Corão e na Bíblia judaica e cristã, com a intenção clara de promover o compromisso comum pela paz em todo o mundo, baseando-se em uma compreensão recíproca mais profunda. O espírito positivo da carta fica claro no título: ‘Uma palavra comum entre nós e vós’, citação de um famoso versículo do Corão dirigido às ‘pessoas do livro’, judeus e cristãos».

«A resposta do Papa recorda que não há que desvalorizar as diferenças, mas sublinha, sobretudo, o que une e alenta o respeito, o conhecimento mútuo, o reconhecimento efetivo da dignidade de toda pessoa humana. Ainda assim, manifesta sincera confiança em um caminho de crescente acolhida, prometedor para a promoção da justiça e da paz».

«Mas o Papa não fica somente nas palavras», acrescenta seu porta-voz, convida o príncipe muçulmano Ghazi bin Muhammad bin Talal, da Jordânia, «a vir a Roma com uma delegação dos promotores da carta comum e propõe um encontro de reflexão e de estudo com o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, e com algumas instituições acadêmicas católicas especializadas».

«Por fim, o Papa acredita no diálogo, um diálogo sincero e leal, naturalmente», sublinha.

«Também entre os muçulmanos existem muitos interlocutores sábios e autorizados, conscientes dos grandes desafios da humanidade de hoje, e é positivo que entre eles aumente a capacidade de expressão comum e uma vontade de declarar-se explicitamente pela paz. A direção é boa. Há que se ajudar a continuar por este caminho», conclui.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Congregação vaticana lança site consagrado à Bíblia www.bibliaclerus.org, a Palavra de Deus em 9 línguas

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 7 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- A Congregação vaticana para o Clero anunciou o lançamento de um site com o texto da Bíblia em 9 idiomas, com avançados mecanismos de busca e com alguns dos comentários mais destacados da história sobre a Palavra de Deus.

O site www.bibliaclerus.org coloca à disposição o conteúdo de um CD-ROM, em circulação há dois anos, com o texto da Bíblia em 9 línguas: desde o hebraico e o grego até as línguas modernas mais comuns, que podem ser lidas em paralelo.

Os versículos bíblicos são ilustrados com passagens que têm como base a interpretação da Tradição e do Magistério da Igreja, e comentários da Teologia, da Espiritualidade e da Liturgia.

O dicastério da Santa Sé fez o anúncio na véspera da solenidade da Imaculada Conceição, 8 de dezembro, quando completam 9 anos desde o lançamento do seu site na internet:www.clerus.org ou www.clerus.net.

Com estes serviços, a Congregação busca apoiar, em primeiro lugar, os sacerdotes, os diáconos e os catequistas espalhados pelo mundo, ainda que estejam abertos a qualquer internauta.

Além de uma vasta biblioteca eletrônica, subsídio para o estudo, formação, liturgia e espiritualidade, www.clerus.org oferece serviços de e-mail para receber a documentação da Santa Sé e as mensagens do prefeito, o cardeal brasileiro Cláudio Hummes (http://www.clerus.org/email/email_spa.html).

A Congregação anuncia uma nova língua entre estes serviços, o Português, que é acrescentado às que já vinha utilizando até agora: italiano, inglês, francês, espanhol e alemão.

Tanto www.clerus.org como www.bibliaclerus.org foram concebidos para ser complementados por uma versão em CD-ROM, pensando naqueles que não têm a possibilidade de navegar na internet.

Estes CDs já foram distribuídos entre mais de 140.000 sacerdotes e diáconos dos cindo continentes nos anos passados.

Além disso, por ocasião da solenidade da Imaculada, começará um projeto de Adoração Eucarística e de maternidade espiritual para apoiar os sacerdotes do mundo inteiro (www.clerus.org/pregate).

Bento XVI recebe representante da Igreja Ortodoxa Russa

O metropolita Kirill, do Departamento para as relações exteriores do Patriarcado

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 7 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI recebeu em audiência hoje o metropolita Kirill, de Smolensk e Kaliningrado, presidente do Departamento para as relações eclesiásticas externas do Patriarcado de Moscou.

Por ocasião da festa de Santa Catarina de Alexandria, o metropolita visitou ontem a paróquia ortodoxa de Roma, que tem esse nome.

À noite, o metropolita participou de um concerto oferecido pelo Coro do Mosteiro São Daniel de Moscou, na Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires da cidade eterna.

Entre os representantes católicos, estava o cardeal Sergio Sebastiani, presidente da Prefeitura de Assuntos Econômicos da Santa Sé.

Em sua saudação aos presentes, recolhida pela «Rádio Vaticano», o representante ortodoxo disse que «católicos e ortodoxos sentem que pertencem a uma mesma família, pois compartilham os mesmos valores cristãos».

«Para superar as divisões, o mais importante é que o Oriente e o Ocidente deixem de considerar-se como estranhos. Eles têm de sentir-se parte de uma só família e tomar consciência de que precisam um do outro», afirmou.

«O que acontece nesta basílica é um pequeno tijolo na construção desse grande edifício que é nossa unidade», concluiu Kirill.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Pregador do Papa: dogma da Imaculada mostra que Deus é mais forte que pecado

Comentário do Pe. Cantalamessa na festa mariana

ROMA, quinta-feira, 6 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap. – pregador da Casa Pontifícia – sobre a Solenidade da Imaculada Conceição.

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Solenidade da Imaculada Conceição

Gênesis 3, 9-15.20; Efésios 1, 3-6.11-12; Lucas 1, 26-38

Sem pecado

Com o dogma da Imaculada Conceição, a Igreja Católica afirma que Maria, por singular privilégio de Deus e em vista dos méritos da morte de Cristo, foi preservada de contrair a mancha do pecado original e veio à existência já totalmente santa. Quatro anos depois da definição do dogma pelo Papa Pio IX, esta verdade foi confirmada pela própria Virgem em Lourdes, em uma das aparições a Bernadete, com as palavras: «Eu sou a Imaculada Conceição».

A festa da Imaculada recorda à humanidade que existe uma só coisa que contamina verdadeiramente o homem, e é o pecado. Uma mensagem urgente para ser proposta. O mundo perdeu o sentido do pecado. Brinca-se como se fosse o mais inocente do mundo. Alinha com a idéia de pecado seus produtos e seus espetáculos para torná-los mais atrativos. Refere-se ao pecado, inclusive aos mais graves, com diminutivos: pecadinho, viciozinho. A expressão «pecado original» se utiliza na linguagem publicitária para indicar algo bem diferente da Bíblia: um pecado que dá um toque de originalidade a quem o comete!

O mundo tem medo de tudo, menos do pecado. Teme a contaminação atmosférica, as penosas doenças do corpo, a guerra atômica, atualmente o terrorismo, mas não lhe dá medo a guerra a Deus, que é o Eterno, o Onipotente, o Amor, enquanto Jesus diz que não se tema aos que matam o corpo, mas só a quem, depois de ter matado, tem o poder de lançar à geena (cf. Lc 12, 4-5).

Esta situação «ambiental» exerce uma tremenda influência até nos crentes que, contudo, querem viver segundo o Evangelho. Produz neles um adormecimento da consciência, uma espécie de anestesia espiritual. Existe uma narcose por pecado. O povo cristão já não reconhece seu verdadeiro inimigo, o senhor que o mantém escravizado, só porque se trata de uma escravidão dourada. Muitos que falam de pecado têm dele uma idéia completamente inadequada. O pecado se despersonaliza e se projeta unicamente sobre as estruturas; acaba-se por identificar o pecado com a postura dos próprios adversários políticos ou ideológicos. Uma pesquisa sobre o que as pessoas pensam que é o pecado daria resultados que provavelmente nos aterrorizariam.

Ao invés de livrar-se do pecado, todo o empenho se concentra hoje em livrar-se do peso de consciência relativo ao pecado; em vez de lutar contra o pecado, luta-se contra a idéia do pecado, substituindo-a por aquela – bastante diferente – do «sentimento de culpa». Faz-se o que em qualquer outro campo se considera o pior de tudo, ou seja, negar o problema ao invés de resolvê-lo, voltar a jogar e sepultar o mal no inconsciente em vez de extrai-lo. Como quem crê que elimina a morte suprimindo o pensamento sobre a morte, ou como quem se preocupa por baixar a febre sem curar a doença, da qual aquela é só um providencial sintoma. São João dizia que se afirmamos estar sem pecado, enganamos a nós mesmos e fazemos de Deus um mentiroso (cf. 1 João 1, 8-10); Deus, de fato, diz o contrário: que pecamos. A Escritura diz que Cristo «morreu por nossos pecados» (1 Cor 15, 3). Suprima o pecado e você torna vã a própria redenção de Cristo, destrói o significado de sua morte. Cristo teria lutado contra simples moinhos de ventos, teria derramado seu sangue por nada.

Mas o dogma da Imaculada nos diz também algo sumamente positivo: que Deus é mais forte que o pecado e que onde abunda o pecado superabunda a graça (cf. Rom 5, 20). Maria é o sinal e a garantia disso. A Igreja inteira, detrás d’Ela, está chamada a ser «resplandecente, sem que tenha mancha, nem rugas nem coisa parecida, mas que seja santa e imaculada» (Ef 5, 27). Um texto do Concílio Vaticano II diz: «Enquanto a Igreja na Santíssima Virgem já chegou à perfeição, pela qual se apresenta sem mancha nem ruga, os fiéis, no entanto, ainda que se esforçam por crescer na santidade, vencendo o pecado; e por isso dirigem seu olhar a Maria, que brilha ante toda a comunidade dos eleitos, como modelo de virtudes» (Lumen gentium, n. 65].

[Traduzido por Zenit]

Avanço no diálogo entre católicos e batistas

Bento XVI impulsiona a segunda fase de conversas

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 6 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI impulsionou o diálogo entre católicos e batistas, que se encontram em nova fase de conversas sobre temas centrais do cristianismo.

A segunda fase na segunda série de diálogos entre o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Aliança Batista Mundial está acontecendo em Roma, de 2 a 8 de dezembro.

O Papa se reuniu nesta quinta-feira com os participantes no encontro para impulsionar estas conversas, desejando que «tragam abundantes frutos para o progresso do diálogo e o crescimento do entendimento e da cooperação entre católicos e batistas».

O tema desta fase de contatos é «A Palavra de Deus na vida da Igreja: Escritura, Tradição e Koinonia».

Segundo o Papa, este tema «oferece um contexto promissor para examinar estas questões historicamente controvertidas, como a relação entre Escritura e Tradição, a compreensão do Batismo e dos sacramentos, o lugar de Maria na comunhão da Igreja e a natureza do primado na estrutura ministerial da Igreja».

Para avançar na reconciliação e na fraternidade entre batistas e católicos, o Papa considerou que «é necessário enfrentar juntos temas como estes, com um espírito de abertura, com respeito recíproco e fidelidade à vida libertadora e ao poder salvador do Evangelho de Jesus Cristo».

«Hoje o mundo precisa, mais do que nunca, de nosso testemunho comum de Cristo e da esperança trazida pelo Evangelho», assegurou o bispo de Roma.

«A falta de unidade entre os cristãos ‘contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura’», disse o Papa, citando o Concílio Vaticano II.

A primeira série de conversas desta segunda fase aconteceu na Beeson Divinity School, da Universidade de Samford, na cidade americana de Birmingham, em dezembro do ano passado. Está previsto que conclua em 2010.

A primeira etapa de diálogos aconteceu entre 1984 e 1988.

A Aliança Batista Mundial, segundo explica em seu site, é uma associação de 214 convenções e uniões batistas que incluem 36 milhões de batistas e uma comunidade de 105 milhões de pessoas. Surgiu em Londres, em 1905.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Senadora espanhola anuncia sua conversão ao cristianismo

Ex-comunista decide deixar o cargo

BARCELONA, quarta-feira, 5 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- Mercedes Aroz, a senadora mais votada na história da Câmara alta espanhola (Senado), em representação dos socialistas catalães por Barcelona, anunciou sua conversão ao cristianismo e o abandono de sua cadeira, por incompatibilidade com a atual política de seu partido, ainda que seguirá como militante de base, segundo informou o jornal «La Vanguardia» em 30 de novembro passado, difundindo uma nota da agência Europa Press.

Na Espanha, as eleições a deputados e outras eleições autônomas e municipais são feitas com listas fechadas dos partidos. O único momento em que se podem verdadeiramente unir as preferências ideológicas com as pessoais é nas eleições ao Senado, onde se elege por nomes próprios.

Mercedes Aroz, com mais de um milhão e meio de votos, ostenta o recorde absoluto de uma pessoa, homem ou mulher, eleita para representar os cidadãos na câmara alta.

Aroz foi marxista ortodoxa durante décadas, afiliou-se ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em 1976, e provinha de uma formação de ultra-esquerda, a Liga Comunista Revolucionária.

No Partido Socialista da Catalunha (PSC), fez parte da direção política durante 18 anos e do Comitê Federal do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Agora anunciou que deixa a cadeira e que a razão é sua conversão ao cristianismo, um processo que levou vários anos.

Aroz comunica com alegria sua «plena integração como membro da Igreja Católica». E, acrescenta, não é um cristianismo do «vale tudo, nada muda». Ao contrário: tudo muda. E por isso deixa a cadeira e os cargos no partido, ainda que seguirá sendo militante de base do PSC.

«Meu atual compromisso cristão me levou a discrepar com determinadas leis do Governo que chocam frontalmente com a ética cristã, como a regulação dada à união homossexual ou a pesquisa com embriões, e que em consciência não pude apoiar. Em conseqüência, impunha-se a decisão que tomei», afirma em seu comunicado.

Já em junho de 2005, Mercedes Aroz anunciou sua oposição à lei socialista do matrimônio homossexual, como publicou em seu momento «Fórum Libertas», quando se debateu no Senado.

Os senadores socialistas Mercedes Aroz e Francisco Vázquez – ex-prefeito de La Coruña, hoje embaixador ante a Santa Sé e católico praticante – se ausentaram durante a votação no Senado e ambos falaram contra a lei.

Mercedes Aroz insistiu esses dias em que ela se alienava com as teses do líder socialista francês Lionel Jospin – e de quase todo o socialismo europeu – de que reconhecer direitos ligados à convivência não justificava mudar a definição e o sentido do matrimônio, que era um bem a proteger.

Segundo informa «Fórum Libertas», os senadores do Partido Popular (126), quatro de Convergência e União e um regionalista aragonês, votaram contra a citada lei; só 119 parlamentares apoiaram o texto. Portanto, o Senado vetou o matrimônio homossexual.

Mas o peculiar sistema bicameral espanhol, indica «FórumLibertas» permitiu que o Congresso dos Deputados, com maioria socialista, ignorasse o veto dos senadores, e assim se aprovou uma lei criticada pelo Conselho de Estado (ditame 2628/2004), a Real Academia de Legislação e Jurisprudência, o Conselho Geral do Poder Judicial, 700.000 assinaturas avaliadas pela Junta Eleitoral Central e uma manifestação 700.000 pessoas em Madri (números da imprensa italiana).

Mercedes Aroz disse, em declarações ao Europa Press: «Eu quis torar pública minha conversão para sublinhar a convicção da Igreja Católica de que o cristianismo tem muito a dizer aos homens e mulheres de nosso tempo, porque há algo mais que a razão e a ciência. Através da fé cristã, chega-se a compreender plenamente a própria identidade como ser humano e o sentido da vida».

«A liberdade religiosa – acrescentou Aroz – exige o respeito e um reconhecimento positivo do fato religioso, frente a uma tentativa de impor o laicismo». E pediu ao Estado que facilite «a educação religiosa na escola».

Segundo informam os citados meios, já faz uns anos que Mercedes Aroz estava se aproximando à fé cristã, segundo testemunhas muito próximas em sua própria família.

Com a chegada do atual presidente ao poder, José Luis Rodriguez Zapatero, a senadora Aroz fez esforços por estender pontes entre a Igreja e a linha inicial de governo «zapaterista», marcada por leis como a citada.

Ela escreveu cartas ao primeiro-ministro, com sugestões e propostas de cooperação com a Igreja. Quase esgotada a legislatura, ante a aprovação de leis incompatíveis com sua nova visão cristã, Mercedes Aroz decidiu anunciar o que é o resultado de um longo itinerário de maturidade da fé.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Patriarca de Constantinopla se une ao Papa no chamado às raízes cristãs da Europa

Em uma mensagem por ocasião da festa de Santo André

Por Miriam Diez i Bosch

ISTAMBUL, terça-feira, 4 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- O patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, crê que hoje «é nossa obrigação, mais do que nunca, exigir as raízes cristãs da Europa e a unidade espiritual, sacramental e doutrinal que se tinha antes do cisma das duas Igrejas».

O líder ortodoxo o afirmou na sexta-feira passada a uma delegação enviada pelo Papa ao Patriarca de Constantinopla em Istambul (ortodoxo), na já tradicional visita de intercâmbio entre as duas Igrejas por ocasião da festa de Santo André (30 de novembro) e por São Pedro e São Paulo (29 de junho).

«A reevangelização de nossos povos é hoje mais necessária que nunca», disse o patriarca.

«Cremos que a Europa Oriental e a Europa Ocidental têm de deixar de olhar uma à outra como estrangeiras», sugeriu.

«O contato entre cristãos da tradição latina e da fé ortodoxa tem de converter-se em mais produtivo para ambas partes», alentou.

O patriarca Bartolomeu I, em uma carta dirigida ao cardeal Walter Kasper e aos membros do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade entre os Cristãos, referiu-se à delegação romana dizendo que «a presença reforça e sela os laços de amor e confiança entre nossas Igrejas, laços que se cultivaram nas últimas décadas e que se estabeleceram de maneira especial com a visita de Sua Santidade, nosso querido irmão em Cristo, o Papa Bento XVI».

O patriarca fez esta afirmação um ano depois da visita de Bento XVI ao Patriarcado de Constantinopla.

Afirmou também que «cremos sempre que a convivência pacífica dos cristãos, em um espírito de unidade e concórdia, deve constituir uma preocupação fundamental para todos nós».

Bartolomeu I reconheceu que em uma época na qual há um auge do «secularismo e do relativismo, inclusive do niilismo, especialmente no mundo ocidental, temos de tirar inspiração do exemplo do apóstolo André» que soube «permanecer fiel através da força de Cristo», apesar de vicissitudes e de «numerosas dificuldades».

O exemplo de Santo André oferece uma oportunidade para «rezar juntos mais intensamente pela restauração da unidade no mundo cristão» – incitou Bartolomeu I – que vê como «a fratura desta unidade foi a causa de muitos problemas na humanidade, cujas conseqüências foram trágicas».

Bartolomeu I sublinhou que a filosofia do Iluminismo no Ocidente e a Revolução Francesa significaram uma verdadeira «revolução cultural que quis reempregar a tradição cristã prévia do mundo ocidental com um novo conceito não-cristão do homem e da sociedade».

Isso levou a um «ateísmo militante e totalitário que nos dois últimos séculos causou a morte de milhões de vítimas inocentes».

Dirigindo-se à delegação vaticana, disse que «neste ano estamos particularmente emocionados porque experimentamos a bênção particular e a graça de honrar o fundador e padroeiro da Igreja de Constantinopla, o glorioso e primeiro chamado entre os apóstolos, André, cujas relíquias sagradas foram generosamente doadas pelo amor de Sua Santidade durante nossa recente visita a Nápoles», expôs.

As relíquias de Santo André regressaram desde Amalfi, na Itália, ao trono do Patriarcado com o objetivo de permanecer lá «para a santificação dos fiéis, como sinal de comunhão com o apóstolo».

Bartolomeu I, conhecido também como «o patriarca verde» por sua defesa da ecologia, recordou que o encontro com o Papa em Nápoles, durante o qual se entregaram as relíquias em outubro deste ano, ajudou a cultivar «a atmosfera de amizade e cooperação entre nossas duas Igrejas».

Princesa Alessandra Borghese «seguindo os passos de Ratzinger»

Publica um livro sobre «o lado mais humano de Bento XVI»

ROMA, terça-feira, 4 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- A princesa italiana Alessandra Borghese, jornalista e escritora, após anos afastada da fé, contou sua experiência em vários livros. Agora regressa às livrarias da Espanha e da América com «Seguindo os passos de Ratzinger» (Libros Libres), volume no qual pretende desvelar «o lado mais humano de Bento XVI».

Você ecidiu escrever o livro porque já conhecia o Papa pessoalmente?

–Alessandra Borghese: Certamente eu conhecia um cardeal, admirava-o e o seguia. Saber depois que se converteu em pontífice é uma sensação e uma experiência única na vida. Mas o que mais me une a Joseph Ratzinger é a fé.

Neste livro, você retorna às raízes do Papa. O que esta perspectiva oferece?

–Alessandra Borghese: Para conhecer um Papa ou um chefe de Estado é importante saber o que pensa, ler seus livros. De Joseph Ratzinger temos muitíssimos livros. Mas creio que é muito importante descobrir também os lugares onde deu seus primeiros passos, ver qual é sua casa, seu povo. Como era a rua que percorria para ir à escola, quem eram seus amigos ou inclusive o que ele comia. Todos estes detalhes ajudam a perfilar de forma mais completa sua personalidade.

Que coisa fundamentais você descobriu seguindo seus passos?

–Alessandra Borghese: Em primeiro lugar, um país esplêndido: a terra natal de nosso amado Papa. Em segundo lugar, percorrendo os caminhos, os passos de Bento XVI, também descobri as tradições e os velhos costumes que impregnaram sua vida. Mas sobretudo descobri um homem sereno, doce, amável. Um homem de fé iluminado pela Graça.

Como é o Papa de perto, em primeira pessoa?

–Alessandra Borghese: É um estudioso reservado, muito alemão. Nós, latinos, somos mais abertos, temos que estar na rua. Ele, contudo, é mais caseiro, prefere tocar o piano em sua residência de verão. É uma questão de atitude. Também é uma pessoa extremamente amável e educada, mas também cheia de carinho. Ele olha nos seus olhos e o faz se sentir importante.

E como é um Papa quando criança? Um menino como os demais, ou já deixa transluzir o plano que Deus tem para ele?

–Alessandra Borghese: Joseph Ratzinger nasceu em um Sábado Santo, na noite mais importante do calendário litúrgico católico. Isso já poderia ser um sinal premonitório. Quando era um menino de Primeira Comunhão, viu o cardeal de Munique e disse a seu irmão mais velho: «Que bonito! Quero ser cardeal quando crescer!». Todos esses fatos ajudam a descobrir uma personalidade muito livre, muito forte e muito transparente.

E como ele é em relação a João Paulo II?

–Alessandra Borghese: Doutrinalmente, é sua continuidade. Como ele, não está aberto a mudanças. Mas, como romana, eu lhe asseguro que nunca as audiências e os ângelus estiveram tão cheios de gente.

Também foi na terra da Baviera onde você regressou à fé católica...

–Alessandra Borghese: Certo. Eu havia me convertido em uma pessoa conformista, pensava que a Igreja era coisa de ontem e que a liberdade estava fora do religioso. O moderno era ir contra a corrente. Agora encontrei a fé, que dá verdadeiro sentido à vida e não tira nada. Sou muito feliz por te podido parar e olhar dentro de mim. Agora sou uma mulher verdadeiramente livre.

– Você relatou essa experiência em dois livros anteriores, já publicados na Espanha. Não dá um certo temor contar algo tão íntimo como a conversão pessoal à fé?

–Alessandra Borguese: O Papa nos disse, e também o próprio Jesus Cristo, que sim, pode-se falar da fé. A fé tem um fator privado, porque há uma parte de nossa alma que, como dizia Santa Catarina de Sena, «é só para nós e para o Senhor». Mas também tem uma parte pública importante. A fé é pública, hoje mais que nunca.

– Cada dia mais, certos setores sociais exigem que a fé seja relegada ao âmbito do privado. O que você opina?

–Alessandra Borghese: Em muitos lugares existe uma agenda política que quer promover leis que a Igreja não pode aceitar. Por isso, a classe política diz aos cardeais e bispos: «Estão fazendo política e a Igreja não pode fazer política». Mas a Igreja se ocupa sempre do futuro e do presente do homem. Não faz política diretamente, mas se ocupa dela. Quando são feitas leis que vão contra o homem, então a Igreja, desde sua visão ética e moral, claro que tem de falar. Essa é a verdadeira laicidade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Pro Catholica Societate

Com muita alegria apresentamos uma maravilhosa iniciativa para o estudo e difusão da cultura católica, o sítio Pro Catholica Societate (http://www.sociedadecatolica.com.br).

Abaixo segue o texto de apresentação deste promissor e abençoado apostolado:

"Aqui se inicia um sonho antigo, de uma Sociedade Católica, que conduza a Deus as almas que lhe pertencem, pois foram compradas com o sangue mais precioso; pelo preço mais elevado."

Caríssimos,

Agradeço muito a Deus por ter me dado amigos preciosos, muitos dos quais sequer conheço a fisionomia devido à longínqua distância espacial que este vasto mundo, criação do Altíssimo, impõe entre nós; mas a Providência, sempre solícita, fez com que, na Comunhão dos Santos, caridosas almas se aproximassem a fim de, reunidas ao coro dos anjos, junto aos sacerdotes e demais membros da Igreja Militante, oferecendo diversas vezes o mesmo Sacrifício Perpétuo da Redenção, manifestar a glória do Todo-Poderoso, proclamando o nome Santo do Senhor através dos meios de comunicação; a uma só voz.

É importante ressaltar o aspecto da unidade entre os filhos de Deus. Sem dúvida é um "mistério gozoso", tal como a alegria da qual o Arcanjo faz menção no momento da Anunciação. Uma unidade que aniquila fronteiras e funde corações. E aqui, nesses meios de comunicação, no Orkut, nas diversas comunidades católicas, "reunidos em torno de nossos pastores" e "professando todos uma só fé", sou profundamente grato por ter conhecido tão profundamente algo que, talvez, jamais tomaria nota caso não tivesse as oportunidades que o Desígnio do Benigno colocou em meu caminhar.

É com esse espírito, queridos irmãos, a quem já conheço, de longa ou curta data, que lhes escrevo este texto, para iniciar um apostolado cuja idéia nasceu de um sonho no qual uma sociedade realmente Católica pudesse mostrar ao mundo seu testemunho, fortificada pelo Espírito Santo que age na Comunhão dos Santos, iluminando os caminhos de ovelhas perdidas, para que possam livremente retornar ao redil de Cristo.

Uma sociedade Católica que, agindo em sua própria realidade particular, alimentada pela Eucaristia e empurrada e apoiada por seus filhos, "amigos pela fé", os quais, estudando, aprendendo e ensinando incansavelmente, assumiram o compromisso de proclamar a Verdade a toda criatura, preste autêntico testemunho, servindo de espelho a refletir a luz de Deus ao mundo inteiro.

Para alcançar esses fins, faz-se necessário dedicar-se à formação dos fiéis, primeiramente dos irmãos que compartilham nossa vontade; depois, aos que nos pedirem, como parte de nossa missão. Essa formação deve ser íntegra e ortodoxa e, para evitar o perigo de que ventos tortuosos acabem sujando as páginas de nossos livros de instrução, a Sociedade Católica foi originalmente concebida com o princípio de se dedicar à criação de um método sistemático, unificado e centralizado de catequese e ensino religioso, a ser aplicado nas diversas paróquias do país onde houver disponibilidade e aceitação, garantindo através da idoneidade de seus integrantes, a incorruptibilidade de seus estudantes.

A ação nos meios de comunicação é um outro objetivo da Sociedade Católica. Com efeito, prestar testemunho da Verdade significa, outrossim, defendê-la quando atacada e, dessa maneira, seus membros devem ser sempre incentivados a escrever a organismos de imprensa, escolas, entidades e empresas, todas as vezes em que existir ofensa e perigo à Fé Católica, pois é obra de misericórdia corrigir aos que erram e "dar testemunho da Verdade é o maior benefício que se pode prestar aos outros" (cf. S. Tomás de Aquino).

Por fim, exclamo como eu tenho o dever de render encomios ao Onipotente! Pois não me cobrou jamais a incompetência para dar prosseguimento à obra que o Espírito inspirou em meu coração - incompetência que me faz escrever esse texto com um dia de atraso - mas, ao contrário, "providenciou" almas generosas que fizeram com que um antigo sonho, hoje, lograsse êxito e colhesse os primeiros frutos.

É impossível pagar a dívida que tenho com Deus, cuja compaixão imensa sempre aportou perto de mim. Meu agradecimento, mais que merecido ao caro João, cuja perseverança e coragem, estou certo disso, serão recompensados em seu devido tempo. Minha gratidão também aos demais amigos que apoiaram e se "aventuraram" gratuitamente neste novo Oceano para o qual remamos.

Aqui se inicia um sonho antigo, de uma Sociedade Católica, que conduza a Deus as almas que lhe pertencem, pois foram compradas com o sangue mais precioso; pelo preço mais elevado.

Em Cristo, Nosso Senhor,

Pax,

Thiago Amorim

Pro Catholica Societate

http://www.sociedadecatolica.com.br/

A Sociedade Católica agradece a Deus por:

Prof. Alessandro Lima e Apostolado Veritatis Splendor, Pe. Rodrigo e Equipe Pastoralis, Dr. Rafael Vitola Brodbeck, Carlos Eduardo Maculan e Comunidade Católicos (Orkut).

domingo, 2 de dezembro de 2007

Amor, casamento e crianças felizes

Artigos mostram que a vida em família é altamente benéfica

Por Pe. John Flynn, LC

ROMA, domingo, 2 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- A crescente tendência em relação à coabitação como alternativa ao matrimônio traz consigo severas desvantagens para as crianças. A última confirmação de como os filhos sofrem quando são criados fora de um casamento estável entre um homem e uma mulher aparece em um longo artigo publicado em 18 de novembro porAssociated Press.

O artigo analisa evidências de uma variedade de fontes e comenta que muitos profissionais da educação e da área da sociologia «falam que o risco de abusos em crianças é altamente marcante nas estruturas familiares não tradicionais».

Entre os estudos citados por Associated Press está um que foi publicado no jornal da American Academy of Pediatrics em 2005. O jornal reportou que crianças vivendo em lares com adultos não relacionados estão 50 vezes mais próximas de serem mortas ou serem maltratadas do que crianças vivendo com os dois pais biológicos.

Crianças vivendo em famílias adotivas ou com pais solteiros estão em maior risco de abuso físico ou sexual, de acordo com estudos de co-autoria de David Finkelhor, diretor do centro de pesquisa de crimes contra a criança da Universidade de News Hampshire, continua o artigo.

«O risco (de abuso) a crianças que vivem fora de um lar com os dois pais é enorme», disse à Associated Press Susan Orr, especialista em cuidados infantis no Departamento de Saúde e Serviços Sociais.

O problema existe fora dos Estados Unidos também. Em 15 de abril, um jornal britânico, o Sunday Telegraph, reportou que sete crianças abaixo dos 16 anos foram assassinadas em Londres somente nos dois meses anteriores. Muitos crimes como estes foram cometidos por jovens, segundo o jornal.

As notícias moveram os políticos a prometer mais fundos para comunidades pobres, mas o artigo comentou que um dos principais problemas é que estes adolescentes cresceram em famílias de pais solteiros e mais propícios a desenvolver atividades criminais. Não menos que 70% dos jovens agressores vieram de famílias com pais solteiros.

Na Inglaterra há agora três vezes o número de crianças sendo criadas só por suas mães que há 30 anos atrás, segundo o Telegraph, resultando em uma em cada quatro crianças criadas sem um pai.

Divórcio

O divórcio cria outras dificuldades, além das econômicas. Um artigo de 7 de julho no British Telegraph diz que um estudo com mais de 4.000 pessoas percebeu que nessa soma, as economias masculinas cresceram em 11% após o divórcio. Por outro lado, uma mulher sofre uma queda de suas economias de 17%.

Particularmente em risco estão as mães de crianças pequenas, que encontram dificuldade para reconciliar a necessidade por trabalho e as responsabilidades familiares.

«Percebemos que muitas mulheres não trabalham mais depois que seus casamentos se rompem, ou trabalham somente meio período porque elas não podem suportar os custos de criar um filho», comentou Mieke Jansen, um dos autores do estudo levado por acadêmicos da Universidade de Antuérpia, na Bélgica.

Problemas similares foram revelados na pesquisa feita pelo Instituto Australiano de Estudos Familiares. De acordo com um artigo de 10 de julho publicado no jornal TheAustralian , não somente o divórcio traz consigo problemas econômicos mas também leva à infelicidade e prejudica a saúde física e mental de ambos.

O estudo, com o título «Divorce and the Well-being of Older Australians», comparou mulheres divorciadas que permaneceram solteiras com aquelas que enviuvaram e permaneceram sozinhas. Homens e mulheres reportaram problemas de infelicidade e saúde, mas as mulheres foram particularmente afetadas.

Outro jornal australiano, o Sydney Morning Herald, trouxe um artigo em 14 de agosto que dizia que o casamento certamente torna as pessoas felizes. Durante uma visita ao país, o economista suíço, BrunoFrey , mostrou as descobertas de uma pesquisa com 15.000 pessoas em 17 anos, examinando o relacionamento entre felicidade e casamento.Frey disse que uma das razões que tornam as pessoas mais felizes no casamento é o grande nível de compromisso entre o casal.

Na Inglaterra, uma recente notícia do Escritório de Estatísticas Nacionais mostrou que casais realmente casados vivem mais e gozam de melhor saúde, segundo o Times em 5 de outubro. Da mesma forma, as crianças que vivem com seus pais casados também são mais saudáveis, e permanecerão em educação integral por mais tempo.

Falha

A despeito de amplas evidências do prejuízo causado por facilitar o divórcio, alguns países continuam a torná-lo mais fácil. O jornal espanhol El País noticiou em 16 de novembro que em 2006 o número de divórcios aumentou em 74%. O crescimento ocorreu após o governo socialista mudar a lei do divórcio em julho de 2005, permitindo que o processo de divórcio comece sem um período de separação prévio de um ano, antes requerido.

Estima-se que na Espanha, em 2006, houve 210.132 casamentos, e 145.919 casamentos que falharam – entre divórcio, separações e casamentos declarados nulos.

De acordo com um estudo recente do Instituto de Políticas Familiares espanhol, a Europa está vendo um declínio do casamento e um aumento do divórcio. A pesquisa, intitulada «Evolução da Família na Europa em 2007», disse que o número de casamentos na Europa baixou em 22,3% de 1980 a 2005, enquanto o divórcio aumentou em 55% no mesmo período.

Os últimos números mostram uma redução do divórcio na Inglaterra e Gales, mas isso pode ser parcialmente causado pelo baixo número de casamentos. De acordo com o artigo publicado em 30 de agosto pelo jornal TheGuardian , em 2006 aproximadamente 132.562 casais se divorciaram. Isto é a mais baixa taxa desde 1977. Os dados vieram de estatísticas publicadas pelo Escritório Nacional de Estatísticas.

A queda no divórcio, entretanto, começa quando em 2005 a taxa de casamentos na Inglaterra e Gales esteve em seu mais baixo nível desde 1862.

Um em três

Além disso, em 12 de setembro, o Guardian publicou um artigo que dizia que o total cumulativo de divórcios em décadas passadas indica que agora mais de 20 milhões de pessoas no Reino Unido – um terço da população – foram afetadas pelo divórcio e a separação, em relação a seus próprios relacionamentos ou de seus pais.

Os dados foram proporcionados por um estudo publicado pelo Centro de Famílias Separadas, um grupo que provê suporte para membros da família após a separação.

As famílias são também pressionadas no Canadá, segundo o jornal Globe and Mail, em 12 de setembro. De acordo com os últimos dados, extraídos do censo nacional de 2006, casais casados ainda são a maioria, responsáveis por 68,8% de todas as famílias recenseadas.

Não obstante, o número de pessoas que moram juntas mais que dobrou nas últimas duas décadas, passando de 7,2% para 15,5% das famílias recenseadas. O número de famílias com um só dos pais também aumentou em 7,8% no período de 2001 a 2006.

As famílias de pais solteiros são mais importantes que o que a relativa porcentagem poderia sugerir.

Famílias com só um dos pais correspondem a 26% das famílias com crianças. Mais que 2,1 milhões de crianças vivem agora em famílias com somente um dos pais. E, em outros países, são ainda mais pobres. Em 2005, a média de ganhos de um lar com os dois pais no Canadá era de 67.600 dólares canadenses (68.861 dólares americanos), de acordo com oGlobe and Mail. Para famílias com um só pais os ganhos eram de apenas 30.000 dólares canadenses (30.559 dólares americanos).

«O casamento é ainda a melhor estrutura para as crianças crescerem sadias e felizes», comentou um editorial do Globe and Mail no dia seguinte. O relógio não pode voltar atrás, disse o jornal. Entretanto, «as famílias canadenses são inaptas a dar a suas crianças a solidez paraservi-las melhor», concluiu o editorial.

As conclusões são muito similares que as expressadas em repetidas ocasiões por Bento XVI. «O amor devotado do casal cristão é uma bênção para seu país», disse o pontífice em 19 de novembro para um grupo de bispos quenianos que estavam em Roma para sua qüinqüenal visita.

«O tesouro precioso deve ser guardado a todo custo», ele recomendou. Seria bom que os governos em todos os países levassem isso em consideração.

Bento XVI sintetiza sua encíclica: Deus é a esperança do mundo

No Angelus do primeiro domingo do Advento

CIDADE DO VATICANO, domingo, 2 de dezembro de 2007 (ZENIT.org ).- Bento XVI resumiu este domingo a mensagem central de sua encíclica, «Spe salvi», sobre a esperança: o mundo tem necessidade de Deus, do contrário, fica sem esperança.

No tradicional encontro com os fiéis reunidos na praça de São Pedro, o Papa comentou o sentido do Advento, o período litúrgico de preparação para o Natal, que a Igreja começava nesse dia, «o tempo propício para despertar em nossos corações a espera por “aquele que é, que era e que virá”».

Como confessou o próprio bispo de Roma, era «um dia sumamente indicado para oferecer a toda a Igreja e a todos os homens de boa vontade minha segunda encíclica, que quis dedicar precisamente ao tema da esperança cristã».

Bento XVI mostrou como no Novo Testamento «a palavra “esperança” está intimamente unida à palavra “fé”. É um dom que muda a vida de quem recebe, como demonstra a experiência de muitos santos e santas».

«Em que consiste esta esperança tão grande e tão «confiável» que nos permite dizer que nela está nossa “salvação”», perguntou o Papa.

«Consiste no conhecimento de Deus, no descobrimento de seu coração de Pai bom e misericordioso», respondeu.

Jesus, declarou, «com sua morte na cruz e com sua ressurreição, revelou-nos seu rosto, o rosto de um Deus tão grande no amor que nos deu uma esperança inquebrantável, que nem sequer a morte pode abalar, pois a vida de quem confia neste Pai se abre à perspectiva da felicidade eterna».

O pontífice, como em sua encíclica, mostrou como «o desenvolvimento da ciência moderna confinou cada vez mais a fé e a esperança à esfera privada e individual de maneira que aparece de forma evidente e em certas ocasiões dramática, que o homem e o mundo têm necessidade de Deus – do verdadeiro Deus! –, pois do contrário ficariam privados de esperança».

«A ciência sem dúvida contribui ao bem da humanidade, mas não é capaz de redimi-la. O homem é redimido pelo amor, que faz que a vida pessoal e social se converta em boa e maravilhosa», sublinhou.

«Por este motivo, a grande esperança, a que é plena e definitiva, está garantida por Deus, que em Jesus nos visitou e nos doou a vida, e nEle voltará no final dos tempos», assinalou. «É em Cristo que esperamos, é Ele a quem esperamos!».

O Santo Padre concluiu convidando a viver esta esperança no Advento com «obras de caridade, pois a esperança, como a fé, se demonstra com o amor».

Pouco antes o pontífice havia visitado o hospital romano de São João Batista, da Soberana Ordem Militar de Malta, onde presidiu a eucaristia com os enfermos.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Cristianismo não é uma religião européia, declara Papa

Ao apresentar a figura de Santo Efrém da Síria

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 28 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- O cristianismo não é uma religião européia, sua origem está em Jerusalém e teve um desenvolvimento histórico decisivo na Ásia que é importante redescobrir, explicou Bento XVI nesta quarta-feira.

O Santo Padre esclareceu preconceitos ao apresentar aos 8.000 peregrinos que participaram da audiência geral, celebrada na Sala Paulo VI, a figura de Santo Efrém da Síria (306-373), o maior dos Padres da Igreja síria, assim como o poeta mais renomado de toda a época patrística.

«Segundo uma opinião comum hoje, o cristianismo seria uma religião européia, que teria exportado a cultura deste continente a outros países», começou dizendo o Santo Padre.

«Mas a realidade é muito mais complexa, pois a raiz da religião cristã se encontra no Antigo Testamento e, portanto, em Jerusalém e no mundo semítico. O cristianismo se alimenta sempre desta raiz do Antigo Testamento», sublinhou.

«Sua expansão nos primeiros séculos aconteceu tanto para o Ocidente, para o mundo greco-latino, onde depois inspirou a cultura Européia, como para o Oriente, até a Pérsia, Índia, ajudando deste modo a suscitar uma cultura específica, com línguas semíticas, e com uma identidade própria», indicou.

Para mostrar esta multiformidade cultural da única fé cristã, o Papa começou a apresentar em sua série de reflexões sobre as grandes figuras do cristianismo, os expoentes asiáticos. Na quarta-feira anterior havia falado de Afraates, o sábio persa do século IV.

Nesta ocasião, ele se concentrou em Santo Efrém, que passou à história do cristianismo como «cítara do Espírito Santo», em referência à sedutora beleza poética de seus escritos.

«Ordenado diácono – recordou o bispo de Roma –, viveu intensamente a vida da comunidade local até o ano 363, no qual Nisibis caiu nas mãos dos persas. Então Efrém imigrou a Edesa, onde continuou pregando. Morreu nesta cidade no ano 373, ao ficar contagiado em sua obra de atenção aos enfermos de peste.»

Em sua cultura e expressão síria, acrescentou o pontífice, «pode-se ver a comum e fundamental identidade cristã: a fé, a esperança – essa esperança que permite viver pobre e casto neste mundo, pondo toda expectativa no Senhor – e por último a caridade, até oferecer o dom de si mesmo no cuidado dos enfermos de peste.»

A grande contribuição de Efrém aos cristãos de hoje, como assinalou Bento XVI, se resume em sua originalidade: «sua teologia se torna liturgia, torna-se música: de fato, era um grande compositor, um músico».

«Teologia, reflexão sobre a fé, poesia, canto, louvor a Deus, estão unidos». E ele o faz com o talento sírio, seguindo «o caminho do paradoxo e do símbolo».

O poeta sírio «confere à poesia e aos hinos para a liturgia um caráter didático e catequético», algo que continua sendo necessário hoje em dia.

Ele o faz, por exemplo, ao falar de Deus criador: «na criação não há nada isolado, e o mundo é, junto à Sagrada Escritura, uma Bíblia de Deus».

«Ao utilizar de maneira equivocada sua liberdade, o homem inverte a ordem do cosmos. Para Efrém, dado que não há Redenção sem Jesus, tampouco há Encarnação sem Maria», disse o Papa, sintetizando sua teologia.

Falando no final em espanhol, o Papa declarou que «a presença de Jesus no seio de Maria o leva a considerar a altíssima dignidade e o papel fundamental da mulher».

Novas descobertas genéticas dão razão aos médicos católicos

A clonagem humana deixa de ser interessante, reconhece o pai da ovelha Dolly

ROMA, quarta-feira, 28 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- As novas descobertas científicas sobre células-tronco (ou estaminais) adultas, que não implicam a eliminação de vidas humanas, deram razão à batalha ética liderada há anos pelos médicos católicos.

O Dr. Josep Maria Simón, presidente da Federação Internacional de Associações Médicas Católicas (FIAMC), elogia os resultados de uma equipe japonesa e uma equipe americana que conseguiram transformar células de pele humana em células-tronco, que são capazes de evoluir em células nervosas, cardíacas ou em qualquer dos 220 tipos de células do corpo humano.

A nova técnica, ainda que exija aperfeiçoamento, é tão promissora que o cientista que conseguiu clonar a primeira ovelha do mundo, Ian Wilmut, anunciou que deixará de lado a clonagem de embriões para focalizar-se nas células-tronco derivadas de células da pele.

«Parece que a Providência está nos indicando o caminho dos médicos e demais pesquisadores. Deus aperta, mas não enforca. Fecha-se uma porta e se abre outra», reconhece o Dr. Simón em declarações à Zenit.

«Os médicos católicos ainda têm algumas dificuldades para que muitas pessoas compreendam e aceitem que a vida humana nascente é digna de todo respeito. Contudo, só a pesquisa e os tratamentos com base nas células-tronco adultas estão dando resultado», acrescenta.

«Ao tratar com elas não se destroem embriões e temos resultados – constata. E os resultados são muito valorizados em nossas sociedades ocidentais desenvolvidas e eficazes.»

O presidente dos médicos católicos confessa: «Não sei o que teria sido de nossa capacidade para comunicar se as embrionárias tivessem dado resultado! A Providência nos economizou a dureza de ter que dizer: ‘Você poderia curar com embriões, mas deve continuar assim, já que sua destruição é imoral’».

«Este era o pensamento do Papa quando nos dirigiu o famoso discurso há um ano, aos participantes do congresso organizado pela FIAMC e pela Pontifícia Academia pela Vida», recorda o doutor em referência ao encontro que ainda pode ser visitado em www.stemcellsrome2006.org.

«Não queremos medalhas, mas então dissemos que havíamos convidado os melhores. E agora foi a equipe japonesa que convidamos que demonstrou os grandes resultados com as células adultas», conclui o Dr. Simón.

O bispo Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, tem a mesma opinião.

«Agora que não há necessidade de embriões nem da clonagem terapêutica – supostamente terapêutica –, fecha-se uma página de polêmicas agudas», reconhece.

«A Igreja a havia enfrentado por motivos éticos, alentando os pesquisadores a continuar com as células-tronco adultas e declarando ilícita a imolação do embrião», explicou Dom Sgreccia nos microfones de «Rádio Vaticano».

«A ética que respeita o homem é útil também para a pesquisa e confirma que não é verdade que a Igreja esteja contra a pesquisa: está contra a má pesquisa, que é nociva para o homem», conclui Sgreccia, constatando que todos os milhões destinados a pesquisar com células embrionárias se converteram em um «esbanjamento».

Excomunhão atinge quem provoca aborto e os que física ou moralmente cooperam

Cardeal Araujo Sales assinala incoerência quando se trata do tema do aborto

Por Alexandre Ribeiro

RIO DE JANEIRO, quarta-feira, 28 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- Ao reconhecer que a humanidade, nos últimos tempos, percorreu rapidamente «um extenso caminho no reconhecimento da dignidade humana», um cardeal brasileiro assinala a incoerência que há quando se trata do tema do aborto.

«A mesma sociedade que se horroriza, e com razão, pelos crimes contra os direitos humanos e pressiona os seus governantes para agir e tomar atitudes concretas, procede de maneira oposta quando se advoga o abortamento», afirma Dom Eugenio de Araujo Sales.

Em mensagem aos fiéis difundida essa semana pela arquidiocese do Rio de Janeiro, o arcebispo emérito destaca que «uma visão egoísta se reserva o direito de decidir quem pode ou não vir à luz».

«Essa mentalidade é altamente perigosa», afirma Dom Eugenio, «como a tese do direito da mãe sobre seu corpo a se estender à supressão da vida do ser que foi por ela concebido.»

«No atual nível de conhecimento científico não se pode honestamente pôr em dúvida que a prática abortista seja a eliminação de um ser humano. É uma modalidade de aplicar a pena de morte a um inocente, e isso sem processo legal e regular», enfatiza.

«No caso de estupro, que culpa tem o feto no crime do estuprador? Paga pelo que não cometeu. É uma vítima da própria mãe. O mesmo se diga das razões genéticas. Por toda parte se apregoa a morte para quem a natureza não beneficiou com uma formação normal. Qual a diferença de suprimir a vida antes ou depois de vir à luz? Assassinar no seio da mãe ou fora dele?»

Ao se dirigir especialmente aos católicos, o cardeal Araujo Sales afirma que, «se assim nos declaramos, não nos é lícito escolher, do corpo doutrinário, o que nos agrada e rejeitar os pontos que não nos convêm».

Dom Eugenio cita o Concílio Vaticano II, que «é claro»: “São infames as seguintes coisas: tudo quanto se opõe à vida, como seja toda espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário” (“Gaudium et Spes”, nº 37).

O cardeal recorda que esse ensino é constante. «Desde o primeiro século, o aborto provocado era alvo de condenação: “Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido” (Didaqué, 2.2)».

«Em nossos dias, o Código de Direito Canônico (cânon 1398) é peremptório: “Quem provoca o aborto, seguindo-se o seu efeito, incorre em excomunhão ‘latae sententiae’ ou seja pelo próprio fato de se cometer o delito nas condições previstas pelo Direito”.»

Está também no Catecismo da Igreja Católica (nº 2272): “A cooperação formal para um aborto constitui falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana”.

«A doutrina é clara e não admite subterfúgios», afirma. «Quem, dizendo-se católico, propõe algo diferente ou tenta interpretações falaciosas não anula o que é oficialmente proclamado».

Segundo o cardeal, «a excomunhão atinge quem provoca o aborto, mesmo por motivo de estupro, deformações de feto ou perigo de vida da mãe. Nele incorrem os que fisicamente cooperam, como médicos e enfermeiras, ou moralmente, como marido ou pais, obrigando ou induzindo a mulher ou filha a fazê-lo».

Dom Eugenio lembra que a propaganda abortista costuma fundamentar-se na preservação da vida da mãe.

«No entanto, ninguém tem o direito de substituir a vida de um ser humano por outra. O critério usado leva a graves conseqüências para a sociedade, e começa pelo incremento à violência. Essa convicção tem repercussão benéfica nos mais diversos aspectos de nossa existência.»

«A atitude firme da Igreja não exclui a benevolência e a misericórdia para com as infratoras ou infratores. O perdão está sempre à disposição dos sinceramente arrependidos», afirma o cardeal Araujo Sales.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Sacerdote ortodoxo romeno e sua paróquia se tornam católicos

Após cura de sua mãe de um tumor inoperável por intercessão de São Pio de Pietrelcina

PESCENA, terça-feira, 27 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- Enquanto na Itália se intensificava o debate sobre os estigmas do Padre Pio, em um povoado da Romênia se punha a primeira pedra da primeira igreja dedicada ao santo de Pietrelcina, em um dos países que até pouco tempo girava em torno da União Soviética.

O evento, segundo informou Renzo Allegri à Zenit, aconteceu no povoado de Pesceana, comarca de Valcea, na Romênia centro-meridional, graças ao Pe. Victor Tudor, sacerdote romeno que, até alguns anos atrás, era ortodoxo, mas que, após conhecer a existência do Padre Pio e ser testemunha de um grande milagre, realizado por Deus por intercessão do santo capuchinho, quis entrar na Igreja Católica e com ele todos os seus paroquianos.

Tudo começou em 2002. Lucrecia Tudor, mãe do Pe. Victor, que tinha então 71 anos, tinha um tumor no pulmão esquerdo. Os médicos romenos, após submetê-la a exames clínicos, disseram que lhe restavam poucos meses de vida.

Não se podia nem sequer tentar uma intervenção cirúrgica porque o tumor produziu metástase. O Pe. Victor pediu ajuda a seu irmão, Mariano Tudor, um jovem e reconhecido pintor romeno, especialista em iconografia, que vive e trabalha em Roma, esperando que conhecesse algum importante médico italiano, capaz de realizar o impossível.

Mariano contatou com um dos cirurgiões mais célebres do mundo, que havia operado inclusive Bill Gates. «Faça a sua mãe chegar a Roma e tentarei salvá-la», disse o professor.

Mariano levou a sua mãe a Roma e o professor examinou o expediente clínico dos colegas romenos e realizou exames mais detalhados na paciente.

Mas também ele, ante o quadro clínico, disse que uma operação era já inútil. Podia-se intervir só com fármacos para sedar as dores que seriam fortes, sobretudo na fase terminal.

Mariano ficou com sua mãe em Roma e a levava ao hospital para realizar controles. Estava trabalhando no mosaico de uma igreja e, como sua mãe não conhecia o italiano, ele a levava consigo. Enquanto ele trabalhava, sua mãe percorria a igreja, contemplando os quadros e as estátuas.

Em um lugar, havia uma grande estátua do Padre Pio. Lucrecia ficou impressionada e perguntou a seu filho quem era. Mariano lhe relatou brevemente a história. Nos dias seguintes, ele percebeu que sua mãe passava todo o tempo sentada diante da imagem, com a qual conversava como se fosse uma pessoa viva.

Passados cerca de quinze dias, Mariano levou sua mãe ao hospital para o controle e os médicos constataram com estupor que o tumor havia desaparecido. A mulher, ortodoxa, pediu ajuda ao Padre Pio e este a havia escutado.

«A cura prodigiosa de minha mãe, realizada pelo Padre Pio a favor de uma mulher ortodoxa, me impressionou muito – relata o Pe. Victor. Comecei a ler a vida do santo italiano. Contei a meus paroquianos o que havia acontecido. Todos conheciam a minha mãe e todos sabiam que havia ido à Itália para tentar uma intervenção cirúrgica, e que depois havia voltado para casa curada sem que nenhum médico a tivesse operado. Em minha paróquia, começaram a conhecer e a amar o Padre Pio. Líamos tudo o que encontrávamos sobre ele. Sua santidade nos conquistava. Enquanto isso, também outros enfermos de minha paróquia receberam graças extraordinárias do Padre Pio. Entre minha gente se difundiu um grande entusiasmo e, pouco a pouco, decidimos tornar-nos católicos, para estar mais próximos dele.»

A passagem da Igreja Ortodoxa à Católica requereu um longo procedimento jurídico. E dificuldades de todo tipo, explica em seu artigo Renzo Allegri. Mas o Pe. Victor e seus paroquianos não se detiveram ante as dificuldades.

«Com a ajuda do Padre Pio – diz Allegri – seus projetos se tornaram realidade. E imediatamente começaram a recolher os fundos necessários para a construção de uma igreja para dedicá-la ao Padre Pio».

«Os fundos são o resultado das economias desta pobre gente, e da ajuda de alguns católicos alemães que souberam de nossa história», diz o Pe. Victor.

«E são meus paroquianos os que estão levando adiante as obras, trabalhando gratuitamente. Em maio, iniciamos as obras de fundação. Há alguns dias, celebramos solenemente a colocação da primeira pedra. E foi uma grande festa, porque quem veio para celebrar a cerimônia foi sua beatitude Lucian Muresan, arcebispo metropolitano de Fagaras e Alba Julia dos Romenos, ou seja, a máxima autoridade da Igreja greco-católica na Romênia. Ao acabar a cerimônia, o metropolita quis conhecer a minha mãe, curada por um milagre do Padre Pio, e tirou uma foto com ela.»

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Papa recorda viagem ao Brasil

Ao saudar nesta manhã o cardeal Odilo Scherer

Por Alexandre Ribeiro

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI aproveitou a saudação especial que fez ao cardeal Odilo Scherer na manhã desta segunda-feira para recordar a viagem que fez ao Brasil em maio passado.


Na Sala Paulo VI, por ocasião da audiência concedida aos novos cardeais, o Papa fez questão de saudar em língua portuguesa tanto Dom Odilo como os bispos, familiares e amigos que o acompanhavam.

«A ocasião me é propícia para rememorar os dias da minha Viagem Pastoral deste ano em São Paulo, e para renovar meus agradecimentos pela acolhida que fui objeto na sua arquidiocese», disse o Papa.

«Faço votos por que esta nomeação à púrpura cardinalícia contribua para aprofundar o seu amor pela Igreja e fortalecer a fé de seus fiéis em Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor», afirmou.

Após a oração do Ângelus esse domingo, Bento XVI já havia se dirigido aos fiéis em língua portuguesa.

«Exprimo minha saudação mais sincera aos bispos e fiéis vindos do Brasil com familiares e amigos.»

«Unidos em torno ao arcebispo de São Paulo, incluído ontem no Colégio Cardinalício, vocês representam uma parte significativa da catolicidade brasileira que, por tradição histórica e empenho missionário, constitui a esperança da Igreja do amanhã», afirmou o Papa.

Em seguida, Bento XVI pediu que Nossa Senhora Aparecida proteja o Brasil, país «para mim tão querido», e «faça do novo purpurado exemplo vivo de Pastor dedicado, disposto a servir a Igreja e ao Romano Pontífice com fidelidade e amor».

Bento XVI aos novos cardeais: «Preciso do vosso apoio»

Recebe-os em audiência, junto a seus familiares e peregrinos

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- «Peço-vos que me acompanheis sempre com vossa experiência humana e pastoral»: assim se dirigiu o Papa aos 23 novos cardeais, expressando em parte a vocação a que estão chamados.

Foram recebidos em audiência no Vaticano – na Sala Paulo VI – na manhã de segunda-feira, em um encontro festivo, junto a milhares de familiares e fiéis que os acompanharam nestes dias.

O consistório público no qual foram criados cardeais (no sábado) e a Eucaristia que concelebraram na solenidade de Cristo Rei (no domingo) «nos ofereceu uma ocasião singular para experimentar a catolicidade da Igreja, bem representada pela variada procedência dos membros do Colégio Cardinalício, reunidos em estreita comunhão em torno do sucessor de Pedro», reconheceu Bento XVI em seu discurso.

Com fortes aplausos, o Santo Padre foi recebido neste encontro que, como ele reconheceu, «prolonga o clima de oração e de comunhão que vivemos nestes dias de festa pela criação de vinte e três novos cardeais».

Frente a Bento XVI, sentados, escutaram-no os novos purpurados. «Conto muito com vosso precioso apoio, para que possa desempenhar da melhor forma possível meu ministério ao serviço de todo o povo de Deus. Preciso desse apoio.»

Bento XVI foi dirigindo sua saudação a cada novo cardeal, que se levantava e correspondia com um gesto de gratidão entre aclamações de seus entes queridos, com especial força os de origem africana, os de língua espanhola e os de origem iraquiana – estes últimos acompanhados de um aplauso generalizado em sinal de solidariedade pelas provas que seu país atravessa.

Em italiano, pediu que se acompanhem os purpurados na «amizade, na estima e na oração», ajudando-os assim «a seguir servindo fielmente à Igreja», dando testemunho «cada vez mais generoso de amor a Cristo» em seus diversos serviços e ministérios.

Saudou neste idioma Giovanni Lajolo – presidente da Pontifícia Comissão e do Governo do Estado da Cidade do Vaticano –, Angelo Comastri – arcipreste da Basílica Vaticana, Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano e Presidente da Fábrica de São Pedro –, Raffaele Farina – Arquivista e Bibliotecário da Santa Romana Igreja –, Angelo Bagnasco – arcebispo de Gênova e Presidente da Conferência Episcopal Italiana –, Giovanni Coppa, que foi Núncio Apostólico na República Checa – e Umberto Betti – ex-reitor da Pontifícia Universidade Lateranense.

Em francês, o Papa expressou seu desejo de que as jornadas precedentes consolidem a fé e o amor por Cristo e sua Igreja, e sublinhou a importância de acompanhar os novos cardeais na oração, também pelas novas vocações ao sacerdócio. De língua francesa corresponderam à saudação do Papa os cardeais André Vingt-Trois – arcebispo de Paris – e Théodore-Adrien Sarr – arcebispo de Dakar.

«Seja nos dicastérios da Cúria Romana ou em seu ministério nas Igrejas locais no mundo, os cardeais estão chamados a compartilhar de maneira especial a solicitude do Papa pela Igreja universal», disse então Bento XVI em inglês.

Pediu por eles oração, e saudou individualmente os cardeais John Patrick Foley – pro-grão-mestre da Ordem Eqüestre dos Cavaleiros do Santo Sepulcro de Jerusalém –, Sean Baptist Brady – arcebispo de Armagh (Irlanda) –, Oswald Gracias – arcebispo de Bombaim (Índia) –, Daniel DiNardo –, arcebispo de Galveston-Houston (EUA), John Njue – arcebispo de Nairobi (Quênia) – e Emmanuel III Delly – Patriarca da Babilônia dos Caldeus.

Bento XVI acrescentou em alemão em sua saudação o novo cardeal Paul Josef Cordes, agradecendo-se por seu serviço no Pontifício Conselho «Cor Unum» – expressão da solicitude caritativa do Papa pelos pobres e necessitados».

E ao saudar os novos cardeais de língua espanhola, acompanhados de peregrinos da Argentina, Espanha e México, dirigiu-se à Virgem Maria, da qual estes povos são tão devotos: «Nós lhe rogamos que interceda ante seu divino Filho por estes cardeais, para que torne muito fecundo seu serviço à Igreja».

Agradeceram suas palavras os cardeais Leonardo Sandri – que depois de seu serviço à Santa Sé como Substituto da Secretaria de Estado, preside agora a Congregação para as Igrejas Orientais –, Estanislao Esteban Karlic – arcebispo emérito do Paraná –, Agustín García-Gasco Vicente – arcebispo de Valência, cidade que o Papa visitou no ano passado pela Jornada Mundial da Família –, Lluís Martínez Sistach – arcebispo de Barcelona –, Urbano Navarrete – ex-reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, que consagrou sua vida ao estudo e ensinamento do Direito Canônico – e Francisco Robles Ortega – arcebispo de Monterrey.

Em português, Bento XVI saudou o novo cardeal Odilo Pedro Scherer, recordando a viagem pastoral a São Paulo e renovando seu agradecimento pela acolhida na arquidiocese brasileira.

Por sua parte, o novo cardeal Stanislaw Rylko agradeceu as palavras do Papa em polonês, que reconheceu seu trabalho a favor da participação dos leigos na vida da Igreja – o purpurado polonês preside o Pontifício Conselho a eles dedicado.

A todos os familiares e peregrinos, Bento XVI pediu explicitamente: «Segui rezando [pelos novos cardeais] e por mim, para que seja sempre sólida a comunhão dos pastores com o Papa, a fim de oferecer ao mundo inteiro o testemunho de uma Igreja fiel a Cristo e disposta a sair ao encontro, com valor profético, das esperanças e exigências espirituais dos homens de nosso tempo».

Bento XVI deu um presente especial aos vinte e três novos cardeais: uma edição especial do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica

O número de exemplares é limitado; parte se reserva à Santa Sé. Editado por FMR, com a colaboração científica do Instituto Veritatis Splendor, a impressão deste volume do Compêndio se realizou em papel enriquecido com a filigrana papal, quarenta e nove imagens, miniaturas coloridas e aplicações à mão.

Dom Timothy Verdon – que dirige o Departamento Diocesano para a catequese através da arte, de Florença, e é consultor da Pontifícia Comissão de Bens Culturais da Igreja – se encarregou da escolha das imagens.

domingo, 25 de novembro de 2007

No dia de «Cristo Rei», arcebispo chama a assumir os critérios de Jesus

Pensamentos, afetos, vontade devem se adequar aos de Cristo, diz Dom Orlando Brandes

Por Alexandre Ribeiro


LONDRINA, domingo, 25 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- No domingo em que a Igreja celebra a solenidade de «Cristo Rei», um arcebispo afirma que, «ao proclamá-lo rei, decidimos abandonar toda espécie de idolatria e nos dispomos a assumir os pensamentos, os afetos, a vontade, os critérios de Jesus, nosso rei».

«Seu reino é de vida, justiça, verdade, alegria, amor e paz», enfatiza Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina (Paraná, sul do Brasil).

Em artigo difundido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) essa sexta-feira, Dom Orlando escreve que «Jesus é a maior fascinação da humanidade».

«Ele é o bem supremo. Dobrem-se os joelhos, proclamem as línguas, aclamem os anjos, adore toda a terra. Ele é o Rei do Universo. “Abri as portas do coração a Jesus” (João Paulo II).»

«A ciência humana encontra em Jesus a verdade e o coração humano descobre nele o amor. Jesus é o nosso verdadeiro eu. Quem o aceita e segue, torna-se nova criatura, conquista nova personalidade, nova vida, novo ser. É possível restaurar todas as coisas em Cristo Jesus. Eis a centralidade de Jesus. Ele faz a vida bela, livre e grande. Ele satisfaz todas as aspirações», afirma.

Segundo o arcebispo, os pobres, os pecadores e os pequenos são os privilegiados, os príncipes do reino de Jesus.

«Eis o novo mundo, a nova ordem mundial, a globalização do amor, a nova sociedade. Eis o reino que destrona o mal, eleva os pequenos, reparte os bens, reconcilia as pessoas, satisfaz as necessidades, é o reino da liberdade e da paz.»

As bases do trono do rei Jesus são o direito e a justiça – explica –. «As bem-aventuranças resumem as leis desse reino cuja lógica é o amor. Em Jesus e no seu reino, a evolução tem seu mais alto grau. A Ele a honra, a glória, o louvor, a sabedoria, o poder, a riqueza, a força para sempre.»

«Deixemos Jesus cristificar todas as áreas de nosso ser, pensamentos, afetos, vontade. Nosso coração seja seu trono para que as famílias, as comunidades e a sociedade aceitem seu amor, sua amizade, sua companhia, seu reino. Eis que se fazem novas todas as coisas», escreve o arcebispo.

Igrejas em Roma designadas aos novos cardeais

CIDADE DO VATICANO, domingo, 25 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- Os cardeais são, desde suas origens, os colaboradores do Papa em seu ministério como bispo de Roma.

Por este motivo, como acontecia na antiguidade, o Papa designa aos cardeais uma igreja de Roma.

Publicamos a lista de títulos e diaconias (igrejas de Roma) que o Papa designou aos 23 cardeais que foram criados no consistório do sábado passado.

O cardeal Emmanuel III Delly, patriarca da Babilônia dos Caldeus, ao ser cabeça de uma Igreja oriental tem como título sua sede patriarcal.

Cardeal Leonardo Sandri, diaconia dos Santos Biagio e Carlo em Catinari.

Cardeal John Patrick Foley, diaconia de São Sebastião, no Palatino.

Cardeal Giovanni Lajolo, diaconia de Santa Maria Libertadora em Monte Testaccio.

Cardeal Paul Josef Cordes, diaconia de São Lorenço em Piscibus (junto à Via da Conciliação).

Cardeal Angelo Comastri, diaconia de São Salvador em Lauro.

Cardeal Stanislaw Rilko, diaconia do Sagrado Coração de Cristo Rei.

Cardeal Raffaele Farina, S.D.B., diaconia de São João da Pigna.

Cardeal Agustín García-Gasco Vicente, título de São Marcelo

Cardeal Seàn Baptista Brady, título dos Santos Quirico e Giulitta

Cardeal Lluís Martínez Sistach, título de São Sebastião nas Catacumbas

Cardeal André Vingt-Trois, título de São Luis dos Franceses

Cardeal Angelos Bagnasco, título da Grande Mãe de Deus

Cardeal Théodore-Adrien Sarr, título de Santa Lúcia na Piazza d’Armi

Cardeal Oswald Gracias, título de São Paulo da Cruz em «Corviale»

Cardeal Francisco Robles Ortega, título de Santa Maria da Aparesentação

Cardeal Daniel N. DiNardo, Título de Santo Eusébio

Cardeal Odilo Pedro Scherer, título de Santo André no Quirinale

Cardeal John Njue, título do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo

Cardeal Giovanni Coppa, diaconia de San Lino

Cardeal Estanislao Esteban Karlic, título da Bem-aventurada Virgem Maria Dolorosa na Piazza Buenos Aires

Cardeal Urbano Navarrete, S. I., diaconia de São Ponciano.

Cardeal Umberto Betti, OFM, diaconia dos Santos Vito, Modesto e Crescência.

Nos próximos dias, os cardeais tomarão posse destas igrejas.