quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ante polêmica no carnaval, bispo médico explica que pílula do dia seguinte é abortiva

Por isso, ela «é moralmente inaceitável», afirma Dom Antônio Augusto Dias Duarte

Por Alexandre Ribeiro

BRASÍLIA, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Um bispo brasileiro que também é médico explica que a pílula do dia seguinte é sim abortiva e que sua distribuição durante o carnaval não pode ser feita de maneira indiscriminada, não só pelo fato do fármaco ser «moralmente inaceitável», mas também porque pode «acarretar sérias complicações à saúde da mulher».

Dom Antônio Augusto Dias Duarte, médico e bispo auxiliar do Rio de Janeiro, membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), manifestou-se por meio de nota essa quarta-feira, em apoio ao arcebispo de Recife e Olinda, Dom José Cardoso Sobrinho, diante da ação da Igreja local contra a distribuição da pílula do dia seguinte.

A Igreja se manifestou diante da decisão da prefeitura de Recife de distribuir a pílula do dia seguinte durante o carnaval, que no Brasil se celebra nos próximos dias 2 a 5 de fevereiro.

A Pastoral da Saúde da arquidiocese de Olinda e Recife encaminhou um documento ao Ministério Público pedindo que fosse suspensa a distribuição do medicamento, não só durante o carnaval, mas definitivamente, por seu caráter abortivo. O aborto no Brasil é crime, com exceções da lei em casos de estupro e risco de vida para a gestante.

Segundo Dom Antônio Dias Duarte, a intervenção do arcebispo de Recife e Olinda é acertada, pois o prelado «é movido por zelo pastoral e por fundamentadas motivações éticas, e sua iniciativa merece todo o nosso apoio».

O bispo e médico destaca primeiramente em sua nota que «qualquer tipo de pílula anticoncepcional é um fármaco, que pode ter efeitos colaterais prejudiciais ao organismo da mulher, e seu uso deve ser acompanhado com adequados critérios clínicos, e mediante receita médica».

Dom Antônio Dias Duarte explica que «dentre os anticoncepcionais, a assim chamada pílula do dia seguinte – também denominada contracepção de emergência – apresenta o agravante de ser abortiva».

De fato – prossegue –, «trata-se de um recurso usado para interceptar o desenvolvimento do concepto após uma relação sexual dita “desprotegida”, isto é, quando não foi usado um método anticoncepcional e se supõe que houve uma fecundação e o início de uma gravidez».

«Para interceptar o concepto, essa pílula deveria ser ingerida dentro das primeiras 72 horas após a relação sexual que se presume tenha sido durante o período fértil da mulher e que tenha ocorrido a fecundação.»

Na composição dessa pílula – afirma o bispo auxiliar do Rio de Janeiro – «estão presentes os hormônios femininos estrogênio e progesterona em altas doses, segundo o protocolo de Iuzpe, e eles têm a função de alterar as fases do desenvolvimento da parede uterina (endométrio), impedindo assim a nidação (ou seja, a fixação no útero materno) da pessoa recém-concebida».

O bispo explica que «o uso desses hormônios em alta dose pode acarretar sérias complicações à saúde da mulher, como os tromboembolismos».

Além disso, «sua ingestão nas primeiras 72 horas após a concepção provoca, na verdade, um aborto químico, tão gravemente imoral quanto o aborto cirúrgico».

Por tudo isso – afirma Dom Antônio Dias Duarte –, «o uso da pílula do dia seguinte é moralmente inaceitável, ainda mais quando sua distribuição é feita de maneira indiscriminada e com o uso do dinheiro público».

Compreensão correta do «ser Igreja» não é entrave ao ecumenismo, diz Bento XVI

Pontífice recebeu os membros da Congregação para a Doutrina da Fé

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI afirmou esta quinta-feira que a correta compreensão teológica do «ser Igreja» não é um entrave ao ecumenismo, mas sim a base verdadeira do caminho que conduz à plena unidade dos cristãos.

Ao receber os membros da Congregação para a Doutrina da Fé, o pontífice recordou a publicação no ano passado do documento «Respostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja».

Ali, destaca o Papa, vem «confirmado que a una e única Igreja de Cristo tem sua subsistência, permanência e estabilidade na Igreja Católica».

Portanto, «a unidade, a indivisibilidade e a indestrutibilidade da Igreja de Cristo não é anulada pelas separações e divisões dos cristãos».

Bento XVI recorda que este esclarecimento doutrinal chama ao uso correto de certas expressões eclesiológicas e «apela para a atenção sobre a diferença que ainda permanece entre as diversas Confissões cristãs, na defesa da compreensão do ser Igreja, em sentido propriamente teológico».

Segundo o Papa, esta postura, «longe de impedir o esforço ecumênico autêntico, será um estímulo para que o confronto sobre questões doutrinais surja sempre com realismo e pleno conhecimento dos aspectos que ainda separam as Confissões cristãs».

Contribui também para o «alegre reconhecimento das verdades de fé comumente professadas e da necessidade de rezar incessantemente por um caminho mais consciente para uma maior e, ao final, plena unidade dos cristãos».

De acordo com Bento XVI, não está correta uma visão teológica que considere a unidade e identidade da Igreja como tesouros ‘ocultos em Cristo’, «com a conseqüência de que historicamente a Igreja existiria de fato em múltiplas configurações eclesiais, reconciliáveis somente em perspectiva escatológica».

Isso, segundo o Papa, «não poderia mais que gerar um retardamento e, por fim, a paralisia do próprio ecumenismo».

«A afirmação do Concílio Vaticano II de que a verdadeira Igreja de Cristo ‘subsiste na Igreja católica’ (Lumen gentium, 8) não considera somente a relação com as Igrejas e comunidades eclesiais cristãs, mas se estende também à definição das relações com as religiões e as culturas do mundo», afirmou o pontífice.

Segundo citou Bento XVI, o próprio Concílio Vaticano II, na Declaração Dignitatis humanae, sobre a liberdade religiosa, afirma que ‘esta única verdadeira religião subsiste na Igreja católica, à qual o Senhor Jesus confiou a missão de difundi-la a todos os homens’ (n. 1).

Falece Pe. Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo

E do movimento de apostolado «Regnum Christi»

ROMA, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Os Legionários de Cristo e o Movimento Regnum Christi comunicaram nesta quinta-feira que no dia 30 de janeiro faleceu, aos 87 anos de idade, nos Estados Unidos, seu fundador, o Pe. Marcial Maciel.

Segundo explica o comunicado, «o Pe. Maciel transmitiu ao Pe. Álvaro Corcuera, diretor geral da congregação, seu desejo de que seu funeral se levasse a cabo em um clima de oração, de forma simples e privada».

«Os Legionários de Cristo e os membros do Movimento Regnum Christi compartilham com dor a perda de seu querido pai fundador, que foi instrumento de Deus para dar início a esta obra ao serviço da Igreja e da sociedade», afirma a nota.

O Pe. Maciel faleceu pelo acúmulo de várias complicações em sua saúde, agravadas por sua avançada idade.

«Deixa como legado a congregação dos Legionários de Cristo e o movimento de apostolado Regnum Christi, presente em cerca de 30 países do mundo.»

«Em seus 87 anos de vida, o Pe. Maciel dedicou suas energias a cumprir a missão que Deus lhe confiou para contribuir com a missão evangelizadora da Igreja, de forma que mais homens e mulheres de todas as condições sociais pudessem conhecer, viver e transmitir o amor de Jesus Cristo e a boa nova do seu Evangelho», afirma o comunicado.

«A Legião de Cristo e o Movimento Regnum Christi pedem orações pelo descanso eterno de sua alma e agradecem de coração todas as condolências e demonstrações de estima e carinho», conclui a nota.

Marcial Maciel nasceu em Cotija de la Paz, (Michoacán, México) em 10 de março de 1920. Após viver em sua infância a perseguição religiosa da década de 20 no México, aos quinze anos ingressou no seminário que seu tio-avô São Rafael Guízar, bispo de Veracruz, dirigia clandestinamente na Cidade do México.

Aos 20 anos, sem ser ainda sacerdote, em 3 de janeiro de 1941, ele fundou a congregação dos Legionários de Cristo, estabelecendo uma comunidade na forma de seminário menor, constituída por treze adolescentes.

Em 26 de novembro de 1944, foi ordenado sacerdote pelas mãos de Dom Francisco González Arias, bispo de Cuernavaca.

Em 13 de junho de 1948, a congregação dos Legionários de Cristo foi erigida canonicamente, sob a autoridade do bispo de Cuernavaca.

Em 6 de fevereiro de 1965, o Papa Paulo VI concedeu o «Decretum Laudis», ata pela qual a congregação passou a depender da Santa Sé.

Nos anos 60, fundou o Regnum Christi, movimento de apostolado e evangelização formado por famílias e leigos (consagrados e não-consagrados), assim como sacerdotes diocesanos.

Em 23 de maio de 1970, o Papa Paulo VI criou a prelazia territorial de Chetumal, no sul do México, e confiou este território de missão, cuja população em sua maioria está composta por indígenas maias, aos Legionários de Cristo.

Em 29 de junho de 1983, a Santa Sé aprovou as Constituições dos Legionários de Cristo e em 26 de novembro de 2004, os Estatutos do movimento Regnum Christi.

Em 20 de janeiro de 2005 o Pe. Maciel, depois de ser reeleito como superior geral pelo capítulo geral da Congregação, renunciou por razões de idade. O capítulo elegeu como sucessor o Pe. Álvaro Corcuera Martínez del Río.

Em 19 de maio de 2006, após acusações de algumas pessoas contra o Pe. Maciel, das quais ele se declarou inocente até o momento de sua morte, e ante a impossibilidade de empreender um processo canônico por causa de sua avançada idade e de sua frágil saúde, a Santa Sé publicou um comunicado no qual se lhe convidava «a uma vida reservada».

A nota vaticana reconhecia «com gratidão o benemérito apostolado dos Legionários de Cristo e da associação ‘Regnum Christi’».

Mais informações em www.legionariesofchrist.org e www.regnumchristi.org.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Papa pede aos tribunais eclesiásticos que evitem interpretações arbitrárias

Papa pede aos tribunais eclesiásticos que evitem interpretações arbitrárias

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI pediu que se evitem interpretações arbitrárias, em particular nas causas de declaração de nulidade matrimonial, ao receber no sábado juizes, advogados e colaboradores do Tribunal da Rota Romana.

No tradicional encontro por ocasião do ano novo, o Santo Padre explicou que «qualquer sistema judiciário deve procurar oferecer soluções nas quais, junto à avaliação prudente dos casos, apliquem-se os mesmos princípios e normas gerais de justiça».

«Só deste modo se cria um clima de confiança no trabalho dos tribunais e se evita a arbitrariedade dos critérios subjetivos», reconheceu.

Esta unidade de critérios, própria de qualquer sistema judicial, é particularmente necessária nos tribunais eclesiásticos, pois «os processos canônicos afetam os aspectos jurídicos dos bens salvíficos ou outros temporários que servem à missão da Igreja».

«A exigência de unidade nos critérios essenciais de justiça e a necessidade de poder prever racionalmente o sentido das decisões judiciais», segundo o bispo de Roma, «é um bem eclesial público de especial destaque para a vida interna do Povo de Deus e para seu testemunho institucional no mundo.»

Segundo a constituição apostólica «Pastor bonus», de João Paulo II (1988), a Rota Romana «atua como instância superior, ordinariamente em grau de apelação, ante a Sé Apostólica, com o fim de tutelar os direitos na Igreja, provê a unidade da jurisprudência e, através de suas sentenças, serve de ajuda aos tribunais de grau inferior» (art. 126).

Sobretudo, o tribunal julga «em segunda instância, as causas já sentenciadas por tribunais ordinários de primeira instância e remetidas à Santa Sé por legitima apelação». A maioria das causas que analisa está composta por declarações de nulidade matrimonial.

Neste contexto, o Papa insistiu no fato de que não pode haver «contraposição entre a jurisprudência rotal e as decisões dos tribunais locais».

«Em todo caso – declarou –, todas as sentenças têm de fundamentar-se sempre nos princípios e nas normas comuns de justiça.»

Por isso, o Papa desejou que «se estudassem os meios oportunos para fazer que a jurisprudência da Rota seja cada vez mais unitária e acessível de maneira concreta aos agentes da justiça, de forma que se aplique uniformemente em todos os tribunais da Igreja».

Em 2006, a Rota Romana recebeu 313 pedidos. A maior parte tratava de causas de declaração de nulidade do matrimônio; algumas se referiam a causas de separação, a causas relativas à custódia dos filhos, causas hereditárias e penais.

O Tribunal pronunciou 296 sentenças sobre questões matrimoniais. Destas, 172 foram sentenças definitivas sobre «nulidade do matrimônio»: 96 se declararam a favor do reconhecimento da nulidade, e 76 a favor do vínculo matrimonial.

Destas 172 sentenças, uma ou ambas partes envolvidas em 105 causas (61% se serviram do «gratuito patrocínio», denominação canônica da justiça gratuita, de tal modo que, uma vez concedido este benefício, o interessado não deve pagar absolutamente nada pelo processo, nem taxas nem honorários de profissionais).

Quando se contrai o sacramento do Matrimônio, só a Igreja tem poder para ditar uma resolução sobre dissolução ou nulidade, visto que o Estado não tem competência para dissolver este tipo de matrimônios canônicos.

Em certas ocasiões, contudo, a Igreja pode reconhecer que um matrimônio foi nulo (ainda que houvesse cerimônia religiosa) por causas precisas: por exemplo, por razões de idade (o homem deve ter ao menos 16 anos e a mulher 14), no caso de impotência de um dos cônjuges, de rapto, de consangüinidade, de violência física ou moral, simulação do consentimento matrimonial, ou sob condição (quando o matrimônio se condiciona a um fato futuro e incerto, o matrimônio é nulo)...

Mais informação em http://www.archimadrid.es/tribunaleclesiastico/index.htm

Liturgistas do Brasil discutem religiosidade popular

SÃO PAULO, 28 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Com o tema «Religiosidade Popular e Liturgia na tradição católica brasileira: desafios e perspectivas», teve inicio nesse domingo a 19ª Assembléia dos Liturgistas do Brasil (ASLI).

Segundo informa CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o evento está sendo realizado na Vila Dom Bosco, em Campos do Jordão (São Paulo), e reúne 53 liturgistas de todo o Brasil, em sua maioria professores de liturgia nas faculdades de teologia e nos seminários.

Destacando a importância do evento, o presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, Dom Joviano de Lima Junior, disse que sua Comissão «confia e precisa muito do apoio, da assessoria e do trabalho dos membros da ASLI».

Segundo Dom Joviano, a assembléia «é muito importante para a caminhada da pastoral litúrgica no Brasil».

Já o presidente da ASLI, padre Valeriano dos Santos Costa, recordou a sintonia que a entidade mantém com a CNBB.

«A ASLI tem a sua autonomia e sua identidade própria, mas caminha muito unida e em sintonia com a CNBB», disse.

O bispo de Chapecó (Santa Catarina), Dom Manoel João Francisco, e o de Ipameri (Goiás), Dom Guilherme Antônio Werlang, também participam do encontro que termina na próxima quinta-feira.

Nesta segunda-feira à noite, uma missa presidida por Dom Carmo João Rhoden, bispo da diocese centenária de Taubaté, encerra os trabalhos do dia.

Ciência com consciência converte-se em ato de amor, explica Papa

Promove a colaboração entre cientistas, filósofos e teólogos

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Quando a ciência atua com consciência, seus progressos se convertem em atos de amor, considera Bento XVI.

Ele o explicou hoje, ao receber em audiência os participantes de um congresso promovido pela Academia das Ciências de Paris e pela Academia Pontifícia das Ciências, em colaboração com outras instituições acadêmicas da França e da Santa Sé.

«No momento em que as ciências exatas, naturais e humanas alcançaram prodigiosos avanços no conhecimento do ser humano e de seu universo, a tentação consiste em querer circunscrever totalmente a identidade do ser humano e de fechá-lo no saber que podemos ter», começou explicando o bispo de Roma.

«Para evitar este perigo – declarou –, é necessário deixar espaço para a pesquisa antropológica, para a Filosofia e para a Teologia, que permitem mostrar e manter o mistério próprio do homem, pois uma ciência não pode dizer quem é o homem, de onde vem ou aonde vai.»

Deste modo, reconheceu, «A ciência do homem se converte, portanto, na mais necessária de todas as ciências. É o que dizia João Paulo II na encíclica ‘Fides et ratio’: ‘Um grande desafio é saber realizar a passagem, tão necessária como urgente, do fenômeno ao fundamento. Não é possível deter-se simplesmente na experiência’».

«O homem não é fruto da sorte, nem de um conjunto de circunstâncias, nem de determinismos, nem de interações fisio-químicas; é um ser que goza de uma liberdade que, levando em conta sua natureza, transcende-a e é o sinal do mistério de alteridade que o habita», indicou.

A liberdade, disse, «manifesta que a existência do homem tem um sentido. No exercício de sua autêntica liberdade, a pessoa realiza sua vocação; cumpre-se; dá forma à sua identidade profunda».

«Em nossa época, quando o desenvolvimento das ciências atrai e seduz pelas possibilidades oferecidas, é mais importante que nunca educar as consciências de nossos contemporâneos para que a ciência não se transforme no critério do bem», afirmou.

Deste modo, o homem será «respeitado como centro da criação e não se converterá em objeto de manipulações ideológicas, de decisões arbitrárias, nem tampouco de abuso dos mais fortes sobre os mais frágeis».

«Trata-se de perigos cujas manifestações pudemos conhecer ao longo da história humana, e em particular no século XX», alertou.

De fato, declarou, «todo progresso científico deve ser também um progresso de amor, chamado a colocar-se ao serviço do homem e da humanidade e de oferecer sua contribuição à edificação da identidade das pessoas».

«O amor permite sair de si mesmo para descobrir e reconhecer o outro; ao abrir-se à alteridade, afirma também a identidade do sujeito, pois o outro me revela a mim mesmo», disse, comentando o argumento do encontro que havia convocado os acadêmicos franceses e da Santa Sé: «A identidade mutante do indivíduo».

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Vida Humana Internacional felicita a Bispo que censurou a "católicas" abortistas


.- O Padre Thomas J. Euteneuer, Presidente do Human Life International (Vida Humana Internacional), felicitou esta semana ao Dom Robert C. Morlino, Bispo de Madison, no estado de Wisconsin (EUA), por sua carta à legislatura desse estado, na qual assinalava a ilegitimidade do grupo abortista "Católicas pelo Direito a Decidir" (CDD).

Faz poucos dias, CDD dirigiu uma carta "confidencial" aos congressistas estatais para impedir a introdução de uma cláusula a favor do direito à objeção de consciência a uma lei que pretende converter em obrigatória a distribuição da "pílula do dia seguinte".

A cláusula, impulsionada pelos bispos do estado, protegeria aos profissionais da saúde de ser obrigados a subministrar o fármaco abortivo contra sua consciência.

A CDD enviou a carta aos congressistas apresentando-se como os "verdadeiros" representantes da Igreja Católica, assinalando que a consciência dos católicos não podia passar por cima do suposto "direito" das mulheres a abortar.

Informado da manobra da CDD, Dom Morlino, um dos mais enérgicos defensores da vida, esclareceu aos congressistas que a CDD era um organismo que não só não representava à Igreja, senão que tinha sido declarada oficialmente pelo Episcopado norte-americano como uma organização não católica e completamente alheia à Igreja.

"A CDD é, virtualmente falando, uma extensão do lobby do aborto nos EUA e através do mundo. É um grupo de propaganda a favor do aborto. Recebe financiamento de uma série de poderosas fundações que têm muito dinheiro, a maioria delas dos EUA, para promover o aborto como método de controle demográfico", escreveu Dom Morlino à legislatura do Wisconsin.

"Reafirmo que ‘Católicas pelo Direito a Decidir’ não é, de fato, um grupo católico, porque seus membros não aceitam o ensino básico da Igreja. Não me surpreende que, quando ensino a doutrina básica da Igreja Católica, que elas não reconhecem como tal, chamam-na ‘manobras políticas’: uma afirmação que é tão frívola como é irresponsável sua asseveração de que são católicas", concluiu o Bispo.

O Padre Euteneuer concluiu sua carta de felicitação dizendo: "Demos graças a Deus por nos haver dado pastores como Dom Morlino. Dom Morlino nos alertou sobre o triste fato de que ainda há lobos vestidos de ‘católicos’, que arremetem contra os filhos mais pequeninos de Deus".

Matemático judeu criticado por defender Papa

Entrevista com Giorgio Israel, professor da universidade «La Sapienza»

Por Paolo Centofanti

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 22 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Defender Bento XVI dos ataques dos que se opuseram a sua visita à universidade «La Sapienza», em Roma, implica pagar um preço, confessa Giorgio Israel, professor de Matemática neste centro universitário.

O docente de origem judaica interveio com um artigo em «L’Osservatore Romano» e com declarações públicas para explicar que Joseph Ratzinger defendeu Galileu na conferência pronunciada em 1990, pela qual foi acusado erroneamente por 67 professores (dos 4.500) de «La Sapienza».

Zenit entrevistou o matemático, convencido promotor do diálogo entre fé e religião.

Considera que a imagem e a credibilidade de sua universidade em âmbito nacional e internacional sofreram após a oposição de um grupo de professores e alunos à visita do pontífice?

–Professor Israel: Creio que o dano é muito sério. Recebi cartas por parte de professores norte-americanos que estavam desconcertados; nos Estados Unidos se podem encontram todas as posições possíveis e imagináveis, mas não se dá esta forma violenta de rechaço do diálogo com o Papa, e ademais apenas com o Papa, pois «La Sapienza» tem convidado todos. É algo desconcertante e, portanto, desde meu ponto de vista, o dano para a imagem é muito elevado.

Considerando seu ponto vista pessoal e seus contatos como professor, acredita haver motivações veladas por trás dos pretextos?

–Professor Israel: Não creio. Sei que alguns têm dito que tudo isso se deve, em parte, às rivalidades entre grupos acadêmicos para a reeleição do reitor. Mas francamente não creio. É mais que provável que alguém se aproveite disso, mas meu juízo é que o mundo universitário, que sempre esteve ligado à extrema esquerda, em particular ao partido comunista, com o final da ideologia marxista ficou «órfão» desta ideologia. E, em certo sentido, construíram como uma teologia substituta, como disse George Steiner: o cientificismo e o laicismo mais obstinados. Na universidade encontramos uma concentração sumamente elevada de pessoas que têm uma visão deste tipo, muito mais que no resto da sociedade civil.

Crê que a intervenção do Papa poderia desarticular este tipo de ideologias?

–Professor Israel: Não, pois é um processo sumamente lento. De um ponto de vista, dada a oposição, e as dificuldades circunstanciais, creio que a decisão de não forçar a situação foi muito adequada. Creio que há que distinguir três elementos. Entre os estudantes, o grupo que se opôs é uma pequena minoria, e esta é a maldição de «La Sapienza»: sempre há um grupo de revoltosos que consegue impor sua vontade à imensa maioria dos estudantes. Acredito que entre os estudantes esta posição não está muito estendida. Entre os professores, é diferente. Só assinaram a carta 67, mas creio que são muito mais numerosos os que têm uma posição deste tipo. Digo isso por conhecimento de causa. Logo há muitos que pensam de uma maneira totalmente diferente. É difícil fazer porcentagens. Mas talvez se trata de uma divisão meio a meio. Mas não se trata apenas de 67, são muito mais.

Perante esta situação, penso que foi certo não ir à universidade e dar uma lição de aula, enviando um discurso que em certo sentido desmantela todos os pretextos do rechaço, da oposição à visita do Papa. Do meu ponto de vista, a mudança desta mentalidade apenas pode vir com um processo muito lento, de discussão, no qual se mostre progressivamente que estas posições de caráter cientificista, laicista, radical, são posições equivocadas. Mas, repito, estes processo requerem muito tempo; não é algo que se consegue em poucos dias, nem sequer em meses ou um ano. Precisa de tempo.

Além de tirar de contexto a citação de Ratzinger sobre a frase de Feyerabend na que falava do «caso» Galileu, houve erros de comunicação?

–Professor Israel: Não sei. Penso que tudo isso reflete uma degradação cultural, porque quem faz algo assim e não se envergonha, ou inclusive não se dá conta, como constato em alguns casos, é uma pessoa que culturalmente desceu muito baixo.

Tem sofrido críticas ou ataques por ter tomado posição estes dias?

–Professo Israel: Não vi muitas pessoas estes dias, mas é a situação de sempre. Quer dizer, quem toma posições como as que tomo paga um preço. Há pessoas que deixam de falar com você, porque – repito – é um clima sumamente ideologizado.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

25 anos de aplicação do Código de Direito Canônico

Congresso de estudo do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos

Por Marta Lago

ROMA, terça-feira, 22 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- «Investigação propositiva», «geral e só inicial»: é a senha de identidade do Congresso organizado pelo Pontifício Conselho para os Textos Legislativos para comemorar o 25º aniversário do Código de Direito Canônico e estudar o desenvolvimento de sua aplicação.

O encontro – 24 e 25 de janeiro – também analisará a eficácia das demais normas que os diversos organismos da Cúria Romana e os legisladores particulares produziram nestes últimos 25 anos.

A convocatória no Vaticano, com 700 inscrições confirmadas até o momento, será celebrada com o título: «A lei canônica na vida da Igreja. Pesquisa e perspectivas, a partir do recente Magistério Pontifício».

Deste se pode desprender a indicação de alguma lacuna no Código de Direito Canônico (CDC). Identificar se é assim faz parte da grande reunião de membros da Cúria, de Conferências Episcopais, canonistas e estudiosos.

Indica «deveres e direitos» próprios dos fiéis e da Igreja segundo a vontade de Cristo, e reúne as normas concretas que o legislador formula para «precisar, aplicar e defender» tais deveres e direitos: assim descreveu o CDC o presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, o arcebispo Francesco Coccopalmerio, hoje.

Ao apresentar, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o próximo congresso, confirmou: «O Código Canônico de 1983 é um bom Código», ainda que, «como todas as obras humanas, é sempre reformável, e portanto perfectível e igualmente restaurável depois de um tempo de antiguidade».

Por isso – assinalou – «um dos objetivos do Congresso» será «identificar alguns pontos necessitados de uma certa restauração».

Processo permanente

Este Congresso de estudo marca o momento de uma atividade que se mantém habitualmente, precisou o secretário do dicastério, Dom Juan Ignácio Arrieta.

De fato, o CDC «já foi modificado em alguma parte ou se produziram novas leis que abordaram áreas que não estavam cobertas», recordou.

Aprofundando no procedimento de uma reforma do CDC – se fosse preciso –, Dom Arrieta observou que se trata de planejamentos a longo prazo, como foi o caso do vigente corpo normativo canônico, cuja reforma havia começado em 1966.

Quando se levam a cabo, são modificações que envolvem muitas pessoas, que requerem, antes de mais nada, comprovar que exista verdadeira necessidade de mudança, identificar qual em concreto, tudo isso considerado universalmente – porque não se trata de uma lei de alcance nacional, como a legislação de qualquer país.

Portanto, é um procedimento complexo que começa com a posta em andamento de uma Comissão de estudo de ampla participação, pois – seguindo as explicações de Dom Arrieta –, atende-se também a sensibilidade colegial do episcopado. Posteriormente se analisam as diversas matérias com os organismos da Cúria envolvidos, e como a modificação final resultaria em uma lei pontifícia, em primeira pessoa, por competência, intervém o Santo Padre.

Tal foi o processo que concluiu há 25 anos, quando chegou a término – recordou Dom Coccopalmerio – a revisão do CDC de 1917, atividade que havia proposto João XXIII no mesmo dia em que anunciou a celebração do Concílio Vaticano II. Quando terminou o Concílio, começou a revisão do texto normativo seguindo as contribuições doutrinais dos documentos conciliares.

Desde 1966, a Pontifícia Comissão para a Revisão do Código de Direito Canônico – antecedente histórico do atual Pontifício Conselho para os Textos Legislativos –, dedicou-se à preparação de um novo CDC com um intenso trabalho colegial, no qual participaram canonistas e autoridades eclesiais do mundo inteiro, faculdades universitárias, conferências episcopais e institutos de vida consagrada.

O Servo de Deus João Paulo II promulgou o CDC – atualmente em vigor – em 25 de janeiro de 1983 com a Constituição Apostólica Sacrae disciplinae leges. O tempo transcorrido e o aniversário oferecem agora a oportunidade de refletir sobre sua aplicação – junto às demais normas.

Pontos de partida

Pela brevidade do Congresso e seu caráter inicial e geral, o dicastério optou por contar nele com alguns organismos da Cúria, como o Pontifício Conselho Cor Unum – dedicado à obra caritativa do Papa – na pessoa de seu presidente, o cardeal Joseph Cordes.

Sua intervenção – «Espontaneidade da caridade: exigências e limites das estruturas normativas» – ajudará à reflexão, vistas as indicações de Bento XVI contidas em sua Encíclica Deus Caritas Est (n. 32) – sobre «Os responsáveis da ação caritativa da Igreja».

Do documento pontifício se poderia desprender «uma lacuna» para o CDC – apontou Dom Arrieta – quanto à regulação das iniciativas assistenciais e de caridade, a autoridade episcopal com relação a elas, ou o uso do termo «católico», por exemplo.

Percebe-se – segundo o secretário do dicastério – «que o recente magistério pontifício propunha a necessidade de revisar – sobre a base das normas e critérios jurídicos gerais já existentes no Código – aspectos concretos da disciplina canônica na eventual perspectiva de preencher vazios».

Também nesta ótica de evolução intervirá (sobre «Rigidez e flexibilidade das estruturas normativas no diálogo ecumênico») o cardeal Peter Erdo – arcebispo de Budapeste –, como presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

A razão é que o caminho ecumênico faz necessário analisar «duas tradições canônicas diferentes»; assim, como anuncia Dom Arrieta, «será necessário identificar fórmulas técnicas que sirvam para dialogar e estendam pontes entre os dois sistemas jurídicos».

No balanço da aplicação do CDC, convida-se também dois dicastérios dos quais depende toda a atividade de governo episcopal, inclusive a legislativa, com relação às circunscrições eclesiásticas da jurisdição ordinária – a Congregação vaticana para os Bispos – e de território de missão – a Congregação para a Evangelização dos Povos. Seus respectivos prefeitos oferecerão sua experiência: o cardeal Giovanni Baptista Re e o cardeal Ivan Dias.

Por sua parte, o cardeal Franc Rodé – prefeito do dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica – abordará «Experiências e perspectivas da relação entre norma geral e Estatutos próprios».

Consciente de que a eficácia do Direito canônico reside enormemente na formação em seminários e faculdades de Teologia, o Pontifício Conselho para os Textos Legislativos conta, no congresso, com o cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica.

Toda reflexão será realizada graças ao cardeal Julián Herranz – presidente emérito do dicastério organizador –, pois a abrirá com uma avaliação global desses 25 anos como testemunha de primeira mão de todo o processo normativo desde o Concílio.

O cardeal Tarcisio Bertone concluirá os trabalhos aprofundando no papel do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos.

Bento XVI falará aos participantes do Congresso na próxima sexta-feira, na audiência que concedeu.

Maronitas, «sede protagonistas da ressurreição do Líbano»

Disse o cardeal Sandri no terceiro centenário da Ordem em Roma

Por Robert Cheaib

ROMA, terça-feira, 22 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- «Permanecei fiéis ao Santo Padre e que isso seja o perene elogio da Igreja maronita; ajudai o caminho das Igrejas Orientais em estar ao serviço da unidade dos cristãos», recomendou em 20 de janeiro passado o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.

O convite dirigido pelo purpurado aos religiosos da Ordem Maronita da Beata Virgem Maria ressoou na basílica papal de Santa Maria Maior, em Roma.

A ordem pertence à igreja maronita, a mais numerosa no Líbano, fundada por São Maron (século IV e V), e que se mantém em plena comunhão com a Sé Apostólica de Roma, sem renunciar por isso às suas estruturas e rituais próprios em sírio e árabe.

O purpurado presidiu a concelebração eucarística de encerramento do terceiro centenário da presença em Roma da Ordem Maronita Mariamita, acompanhado do cardeal Bernard Francis Law, arcipreste da basílica de Santa Maria Maior, e pelo superior geral da Ordem, o abade Semaan Abou Abdo.

O abade Abou Abdo saudou e agradeceu a presença do novo cardeal prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, assim como ao prefeito emérito, o cardeal Moussa Daoud, ao embaixador do Líbano ante a Santa Sé, Naji Abi Assi, e ao embaixador libanês na Itália, Melhem Mistou.

Falando da situação do Líbano, disse: «Celebramos o sacrifício eucarístico enquanto o nosso país, Líbano, sucumbe sob o peso das dificuldades econômicas, políticas e sociais».

O abade convidou a assembléia a orar ao Senhor para que ilumine as mentes dos responsáveis políticos e expressou sua esperança de que eleja um novo presidente capaz de dar prioridade ao «caráter específico do Líbano como símbolo de convivência entre religiões e culturas diversas».

Em sua homilia, o cardeal Sandri destacou o sentimento de ação de graças que deve encher esta celebração jubilar pelas grandes coisas que o Senhor fez pela Ordem Maronita Mariamita. O purpurado expressou sua esperança de que seja «Maria quem coloque nos lábios e nos corações o canto de louvor a Deus».

«Junto à família mariamita, aqui reunida em torno do seu padre geral, elevamos a Deus o cântico de Maria: minha alma, a alma de toda a Ordem e de toda a Igreja, glorifica o Senhor», disse.

O cardeal agradeceu também a Ordem pelo seu serviço em todos os lugares onde está presente: Líbano, Itália, Estados Unidos, Argentina, Paraguai e Egito.

Referindo-se ao carisma da espiritualidade mariamita, o purpurado disse: «Vossa vida comunitária no amor pelo Cristo obediente, casto e pobre é fecunda pelo encontro com Maria». «Que presente podeis dar à Igreja, se não é esta fidelidade à vida religiosa, à vida de seguimento do Senhor?»

O cardeal exortou os religiosos a reforçar a contemplação que deve ocupar o primeiro lugar na vida religiosa: «Vossa padroeira vos pede, antes de mais nada, a contemplação. Habitai sempre, ao menos com o coração, no templo do Senhor. Como Maria, dedicai-vos a guardar a Palavra de seu Filho Jesus».

«Da contemplação brotará o caminho reto – acrescentou –, o da caridade, que não distrai da contemplação, mas a aprofunda.»

«Do caminho reto – acrescentou – brota a ação de graças, o ‘Magnificat’, como testemunho do amor de Deus ao mundo.»

Maria merece ser imitada como «modelo absoluto daquela contemplação» que é a única na qual crescem a vida consagrada e a vida evangélica.

Falando da situação libanesa, animou-os a desempenhar um papel ativo na ressurreição do país.

«Apoiai o caminho de vosso querido país, o Líbano», para o qual «ressoam as palavras de Cristo a Lázaro: ‘Lázaro, sai do sepulcro’; Líbano, sai desta situação», «e depois levanta-te e caminha como fonte de paz e vida cristã no Oriente Médio», diz o cardeal.

Não faltou um augúrio de paz para o Oriente Médio: «A oração pela paz, através das mãos de Maria, estende-e desde o Líbano à Terra do Senhor, ao Iraque e a toda a região como semente de paz. Que a ‘Theotokos’ interceda pela paz, pelo Líbano e por toda a terra».

«Oremos para que os maronitas sejam, também eles, protagonistas desta ressurreição do Líbano», concluiu.

À concelebração eucarística seguiu um recital do Coro da Universidade de Nossa Senhora do Líbano, titulado «Glória ao Justo». Fundado em 1993 pelo padre maronita Khalil Rahme, que também o dirige, está composto em parte por profissionais, como a cantora libanesa de ópera Ainda Tomb, e por estudantes da citada universidade. Ganhou a medalha de ouro no terceiro concurso internacional de Laval, Quebec, em 2007.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Missão da Igreja passa pelo ecumenismo, assegura Papa

Em plena Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- A missão da Igreja neste momento passa pelo avanço no caminho ecumênico, assegurou Bento XVI neste domingo, em plena Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Ao rezar a oração mariana do Ângelus junto a aproximadamente 200.000 peregrinos congregados na Praça de São Pedro, no Vaticano, o pontífice exortou: «Não podemos nos cansar nunca de rezar pela unidade dos cristãos!».

«Quando Jesus, durante a Última Ceia, rezou para que todos ‘sejam um’, ele tinha um fim preciso: ‘para que o mundo creia’», explicou, recordando a passagem evangélica de João 17, 21.

«A missão evangelizadora da Igreja passa, portanto, pelo caminho ecumênico, o caminho da unidade da fé, do testemunho evangélico e da autêntica fraternidade», garantiu o bispo de Roma.

Dessa forma, o pontífice comentou o lema para a semana ecumênica deste ano, que cumpre um século de vida, «Orai sem cessar».

Durante estes 8 dias, «católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes, conscientes de que suas divisões constituem um obstáculo para a acolhida do Evangelho, imploram juntos do Senhor, de forma ainda mais intensa, o dom da plena comunhão».

Ele recordou que esta «iniciativa providencial» surgiu por iniciativa do Pe. Paul Wattson, de origem anglicana, e saudou seus filhos e filhas espirituais, presentes no encontro com o Papa, os irmãos e irmãs franciscanos do Atonement, a quem animou «a continuar sua entrega especial à causa da unidade».

«A oração – esclareceu –, a conversão do coração, a intensificação dos vínculos de comunhão constituem a essência desse movimento espiritual, que esperamos que possa logo conduzir os discípulos de Cristo à comum celebração da Eucaristia, manifestação da sua plena unidade.»

Na sexta-feira, 25 de janeiro, Bento XVI concluirá, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos com as Vésperas solenes, nas quais participarão representantes das igrejas e comunidades eclesiais.

Nesse encontro, como revelou o Papa, juntos invocarão «de Deus o dom precioso da reconciliação entre todos os batizados».

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Plena continuidade entre Wojtyla e Bento XVI na trilha do Vaticano II

Revela a reedição de um livro do então arcebispo de Cracóvia

Por Mirko Testa

ROMA, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Há um fio condutor que une solidamente a interpretação do Concílio Vaticano II (1962-1965) do então arcebispo Karol Wojtyla, que o definiu «um novo capítulo na pastoral da Igreja», à leitura que faz seu sucessor, Bento XVI.

Demonstra-o uma obra titulada em italiano «Às fontes da Renovação. Estudo sobre a aplicação do Concílio Vaticano II» («Alle fonti de Rinnovamento. Studio sull’attuazione del Concilio Vaticano II»), que o futuro pontífice polonês, então arcebispo de Cracóvia, escreveu em 1972 para os fiéis de sua diocese, fazendo uma interpretação deste evento eclesial inaugurado por João XXIII.

Publicada na Polônia em 2001 pela Associação Teológica Polonesa e editada na Itália em 2001 pela Livraria Editora Vaticana, a obra foi reeditada agora por Rubbettino Editore, com a contribuição da Fundação «Novae Terrae» e prólogo do bispo vigário de Roma, o cardeal Camilo Ruini.

Com aquele estudo, o cardeal Karole Wojtyla, que havia vindo a Roma para o Concílio Vaticano II como desconhecido vigário capitular da arquidiocese de Cracóvia, contribuindo depois de maneira significativa na elaboração da constituição «Gaudium et Spes», pretendia fixar sua atenção «na consciência dos cristãos e nas atitudes que devem adquirir» para uma real e genuína aplicação do Concílio.

No prólogo do livro, o cardeal Ruíni afirma que já nos primeiros anos do pós-concílio começaram a contrapor-se duas hermenêuticas, a da «ruptura» e a da «continuidade».

Segundo Karol Wojtyla, era preciso dessa lógica para sublinhar o caráter pastoral e doutrinal do Concílio. O então arcebispo de Cracóvia via que o «princípio» e o «postulado» básico da aplicação do Vaticano II, ou seja, da renovação conciliar, era o «enriquecimento da fé».

A seu entender, «tal tendência da Igreja assinala ao mesmo tempo a orientação fundamental pela qual a fé se desenvolve e se enriquece» porque «o enriquecimento da fé não é outra coisa senão a participação cada vez mais plena na verdade divina».

Com efeito, acrescenta, «nada determina melhor o processo de auto-realização da Igreja que a realidade da fé e seu gradual enriquecimento».

«Este enriquecimento da fé em sentido objetivo constitui uma nova etapa no caminho da Igreja para ‘a plenitude da verdade divina’ e, ao mesmo tempo, enriquecimento no sentido subjetivo, humano, existencial.»

Nisto, portanto, Bento XVI acompanha de perto, ainda que se diferenciando, o pensamento de Wojtyla, como já se pôde ver no dia seguinte de sua eleição papal, quando declarou solenemente querer continuar o caminho percorrido por João Paulo II na aplicação do Concílio Vaticano II, e quando dedicou à sua correta exegese o histórico discurso à Cúria Romana de 22 de dezembro de 2005.

Bento XVI, falando a seus colaboradores da Cúria, 40 anos após o encerramento do Vaticano II, apresentou como promotora de «confusão» aquela «hermenêutica da descontinuidade» que «pôde valer-se da simpatia da mídia e inclusive de uma parte da teologia moderna», opondo-lhe os frutos silenciosos mas constantes da hermenêutica da reforma, entendida como «renovação na continuidade».

«Uma hermenêutica – escreve o cardeal Ruini no prólogo do livro – na qual a tradição vive na conjugação fecunda e fiel de continuidade (que não é repetição) e novidade (que não é mudança da substância). Um empenho que surge sobretudo de uma relação vital e espiritual com a palavra da fé e de uma eclesialidade vivida.»

Enquanto isso, acrescenta o cardeal Ruini, resta ainda hoje uma marca perigosa da hermenêutica da descontinuidade que, com seu «chamado genérico ao ‘espírito do Concílio’, expõe ao risco de interpretações subjetivas, que entendem mal a autêntica natureza do evento conciliar e dão margem a evoluções dificilmente compatíveis com a substância do catolicismo».

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

DVD traz críticas à Igreja Católica e defesa ao aborto

por KAMILA MENDES MARTINS

Curitiba – 2008 começou com uma polêmica para os católicos, criada com a edição do DVD sobre a Campanha da Fraternidade 2008, cujo tema é “Escolhe, pois, a vida”. O vídeo, produzido pela Verbo Filmes, traz o depoimento da socióloga e membro da organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir (CDD), Dulce Xavier.

No filme, Dulce critica a Igreja Católica por ser contra o uso de métodos contraceptivos e defende a realização do aborto pela rede hospitalar pública. Ela ainda deixa claro que a CDD “é uma organização não-governamental, independente da hierarquia ou da instituição católica, mas composta de pessoas que vêm de uma militância nos movimentos progressistas, ligados à teologia da libertação”.

A reação dos católicos foi imediata. No dia 4 de janeiro, o padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente do grupo Pró-Vida de Anápolis, publicou em um jornal eletrônico da entidade a notícia de que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) havia mandado recolher os DVDs, que estavam sendo vendidos nas livrarias católicas desde meados de dezembro. “A inserção das ‘católicas’ no vídeo tinha sido feita sem a autorização da CNBB, que, quando soube da notícia, exigiu o recolhimento dos DVDs. A Verbo Filmes fez então uma outra edição, desta vez sem a fala das CDD”, diz o padre na internet.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a CNBB e com a Verbo Filmes, porém nenhuma quis se pronunciar sobre o assunto. A CNBB, inclusive, não fez pronunciamento público algum. Diante dessa discussão, os bispos não poderão permanecer calados por muito tempo. Os católicos já estão cobrando um posicionamento da entidade. O professor Alessandro Lima, editor e diretor do site Veritatis Splendor(www.veritatis.com.br), avisa que está preparando uma carta para ser entregue ao presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, pedindo esclarecimentos. “Dependendo da resposta acionaremos três entidades romanas: a Congregração para a Doutrina da Fé, a Congregação para o Clero e a Congregação para os Leigos. Porque as CDD dizem que são uma organização de leigas católicas. O que não é verdade. Elas vêm com esse nome para enganar os católicos”, acusa Alessandro.

Dulce Xavier disse à Gazeta do Povo que foi convidada pela própria Verbo Filmes para participar do vídeo e que não sabia da mudança exigida pela CNBB, mas que, se realmente houve, isso representa uma vitória da parte fundamentalista da igreja. “É uma pena que mais uma vez o setor conservador fundamentalista não permita o debate. O grande problema é a ausência do debate. Eu acho que numa democracia é importante que todas as pessoas possam veicular o seu pensamento. Isso tem que ser considerado e veiculado o pensamento de todos os grupos. Uma campanha da fraternidade com apenas um lado da questão é um imposição”, defende-se Dulce.

Para a Igreja Católica, a preservação da vida não está em debate. Principalmente a dos nascituros, que não têm como se defender.

Tradicionalistas voltam à comunhão com Igreja Católica

Cardeal Castrillón avalia o impacto da «Summorum Pontificum»

Por Mary Shovlain

ROMA, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Seis meses depois de Bento XVI tornar pública a carta apostólica sobre o uso ampliado do missal de 1962, precedente ao Concílio Vaticano II, a Santa Sé vê frutos de reconciliação com os católicos que colocaram objeções às reformas litúrgicas do Concílio Vaticano II.

«Sumorum Pontificum» facilita a celebração da missa em latim, segundo o missal precedente ao Concílio, um rito que o documento denomina «forma extraordinária».

A carta, emitida em forma de «motu proprio» (de própria iniciativa do Papa), presta atenção à situação de grupos cismáticos, tais como a Sociedade de São Pio X, que rejeita celebrar a Missa do «Novus Ordo», estabelecida pelo Vaticano II.

O cardeal Darío Castrillón Hoyos declara à Zenit que, após o documento de 7 de junho, um grupo já pediu para voltar à plena comunhão com a Igreja.

O cardeal, enquanto presidente da Comissão Pontifícia «Ecclesiae Dei», é o responsável da Santa Sé encarregado de facilitar o retorno à plena comunhão eclesial das pessoas vinculadas à Sociedade de São Pio X, fundada pelo arcebispo Marcel Lefebvre.

«Já recebemos respostas [à carta] – diz o cardeal Castrillón. Aqui em Roma temos uma comunidade que pediu para voltar e já estamos começando uma mediação para seu pleno retorno. Acrescentou que estão chegando pedidos do mundo inteiro: «Muitos dos fiéis se colocaram em contato conosco, escreveram e ligaram, para dizer que desejam a plena comunhão.»

O cardeal Castrillón esclareceu a atual situação dos membros da Sociedade de São Pio X, após as excomunhões do Vaticano dos membros do grupo de 1988, a partir do gesto cismático de Lefebvre de ordenar quatro bispos de forma ilícita.

Explicou que «as excomunhões pela consagração, realizada sem autorização do Papa, afetam só aqueles bispos que levaram a cabo a consagração, e os bispos que receberam a ordenação episcopal desta forma ilícita na Igreja, mas estas não afetam os sacerdotes ou os fiéis. Só alguns bispos foram excomungados».

Segundo o prelado, o que se precisa agora é «refazer juntos o tecido eclesial, porque nossos irmãos – eu os conheço, conheço inclusive melhor a alguns dos bispos – são todos pessoas de boa vontade, pessoas que desejam ser discípulos de Jesus».

«Neste momento – acrescenta –, com um pouco de humildade, com um pouco de generosidade, podemos voltar à comunhão plena, e os fiéis desejam isso porque não querem participar nos ritos quando o sacerdote está suspenso, porque a Igreja não lhe permite presidir a Missa nem absolver os pecados, de maneira que os fiéis desejam este retorno total.»

O cardeal Castrillón disse que espera que cada um dos envolvidos continue «trabalhando com o Santo Padre para refazer juntos esta unidade, de forma que estas pessoas de boa vontade possam ter a plenitude da santidade que vem da união com a Igreja de Cristo, fundada sobre Pedro e seus sucessores».

Carta Aberta aos Verbitas

Revmo. Pe. Miguel Meguime, SVD, superior provincial da Congregação do Verbo Divino (Verbitas):

Na qualidade de fiéis católicos, sob o abrigo do parágrafo 3o do cânon 212 do Código de Direito Canônico, nós vimos expressar a Vossa Reverendíssima nosso repúdio e perplexidade relativamente ao fato de uma empresa controlada por essa Província Verbita, a Verbo Filmes, ter produzido um DVD para distribuição nas igrejas, durante a próxima Campanha da Fraternidade, com a participação da ONG abortista e anticristã "Católicas pelo Direito de Decidir".

Porém, nossa indignação não se cinge a este único fato, que apenas é o mais escandaloso e de nocividade mais perceptível. Quase a metade do DVD, mesmo em sua segunda edição, prestigia figuras que podem ser consideradas, no mínimo, heterodoxas. Vemos nele o sr. Fernando Altemeyer, que há pouco justificava a tentativa de suicídio de d. Luiz Cappio, bispo de Barra, um pecado ainda mais grave que o próprio aborto (ver: http://blog.estadao.com.br/blog/guterman/?title=fernando_altemeyer_sobre_o_bispo_cappio&more=1&c=1&tb=1&pb=1). Outro é o Frei Carlos Josaphat, OP (ah, os heterodoxos envelhecem!), que contra a lei moral natural e a doutrina bimilenar da Igreja defende o uso de anticoncepcionais e diz que proibir a camisinha é um crime, caluniando como criminoso o próprio Papa (ver: http://sistemas.aids.gov.br/imprensa/Noticias.asp?NOTCod=62925). Para completar o trio, temos o padre camiliano Léo Pessini, cujas posições sobre aborto e eutanásia são das mais ambíguas, e que é amicíssimo do abortista Volnei Garrafa. O padre Léo Pessini, mesmo não sendo médico, foi um dos responsáveis pela resolução n. 1805/2006, do Conselho Federal de Medicina, que, ao arrepio da Constituição e do Código Penal, relativizou a proteção dispensada a vida humana em seu estágio final. Graças a Deus e ao bom senso da magistratura brasileira, a Justiça Federal suspendeu a resolução homicida que o padre Pessini ajudou a elaborar (ver: http://www.df.trf1.gov.br/inteiro_teor/doc_inteiro_teor/14vara/2007.34.00.014809-3_decisao_23-10-2007.doc ). Ainda há juízes no Brasil, pena que os autênticos sacerdotes e religiosos sejam tão poucos!

É impressionante, mas parece que para participar do DVD da Campanha da Fraternidade em Defesa da Vida é preciso ser heterodoxo, contestador do Sagrado Magistério da Igreja, e mais: ter feito algo contra a defesa da vida -- seja apoiando uma tentativa escandalosa de suicídio, seja difamando a moral sexual decorrente da natureza humana e defendida pela Igreja, seja ainda participando de procedimentos em corporações profissionais para a edição de normas contrárias ao direito natural, à Constituição do País e às leis penais.

E o pior é que isso é feito havendo tanta gente boa no Brasil, capaz de fazer uma defesa da vida muito melhor que o citado trio. Por que não se entrevistou o padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, verdadeiro ícone da luta pela vida no Brasil, sempre firme apesar das duras perseguições que sofreu, que são conhecidas de todos? Por que não foi convidada a Dóris, dirigente da Associação Mulheres pela Vida, que tem um brilhante trabalho de atendimento às gestantes na Baixada Fluminense? Por que não foram ouvidos D. Estêvão Bittencourt, o padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr. ou o professor Felipe Aquino, teólogos que são da mais escrupulosa fidelidade ao Sagrado Magistério? E o prof. Dalton Ramos, docente da USP e membro da Pontifícia Academia para Vida? Por que não zelosos representantes da hierarquia, como os bispos D. Aldo Pagotto, D. Eusébio Cardeal Scheid ou D. Roque Opperman, só para ficar em três exemplos? Tantos advogados católicos que poderiam ter feito um papel brilhante no esclarecimento dos aspectos jurídicos da questão, como os doutores Cícero Harada, Ives Gandra e Paulo Leão. Se não se queria limitar-se às portas da Igreja, e ouvir também não católicos, por que não foram convidados o advogado Celso Galli Coimbra, um dos maiores especialistas brasileiros em Biodireito, ou o escritor protestante Júlio Severo? E essa lista é meramente exemplificativa, pois são inúmeros os que, dentro ou fora da Igreja católica, travam o bom combate pela defesa dos valores da vida e da família no Brasil.

Tanta gente boa, por que foram chamar logo pessoas de ortodoxia duvidosa? A Igreja Católica no Brasil comporta uma multifária variedade de movimentos engajados na nova evangelização: o Movimento Sacerdotal Mariano, a Renovação Carismática, os Arautos do Evangelho, a Opus Dei, o Caminho Neocatecumenal, os Focolares e muitos outros. É nesses movimentos que mais bem se percebe a vitalidade do catolicismo no Brasil. Porém, a estrutura burocrática da Igreja continua dominada pela mesma panelinha exclusivista: a oligarquia esclerosada e rançosa da Teologia da Libertação, que mais adequadamente seria referida como "Ideologia da Falsa Libertação". Essa, como um cadáver insepulto, continua com seus miasmas a contaminar e viciar todas as iniciativas sadias que são feitas dentro da Igreja em prol do Evangelho da Vida, do Amor e do Trabalho. São incapazes de qualquer bem, mas sempre eficientes em obstá-lo, como se constata do affaire que estamos discutindo. Deles pode ser dito o que Nosso Senhor disse dos fariseus: «Ai de vós que fechais o Reino dos céus aos homens, pois nem vós entrais, nem deixais entrar os que o querem» (Mt 23,13).

Finalmente, é a presente para requerer a punição, preferencialmente com a demissão, do Sr. Nelson Tyski, funcionário da Verbo Filmes e responsável direto pelo convite feito às "Católicas pelo Direito de Decidir" para fazer sua propaganda abortista no DVD da Campanha da Fraternidade, como se comprova pelas seguintes ligações:

http://br.groups.yahoo.com/group/cdd-br/message/1917

É um absurdo e um escândalo que este senhor, intimamente ligado a uma organização anticristã e abortista, continue trabalhando na empresa que produz vídeos para CNBB. Omitir-se e não tomar nenhuma providência, é preparar a repetição desse vergonhoso acontecimento. E é tornar-se cúmplice de seus delitos.

Atenciosamente,

Rodrigo R. Pedroso
Emanuelle Carvalho Moura
William Murat.