domingo, 25 de janeiro de 2009

Bispos da FSSPX são reintegrados à comunhão católica

COMUNICADO DA SALA DE IMPRENSA DA SANTA SÉ

O Santo Padre, depois de um processo de diálogo entre a Sé Apostólica e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, representada pelo seu Superior Geral, S.E. Mons. Bernard Fellay, acolheu o pedido formulado novamente por esse Prelado em uma carta de 15 de Dezembro de 2008, também em nome dos outros três bispos da Fraternidade, S.E. Mons. Bernard Tissier de Mallerais, S.E. Mons. Richard Williamson e S.E. Mons. Alfonso del Gallareta, de revogar a excomunhão em que incorreram vinte anos atrás.

Por causa, realmente, da consagração episcopal feita, em data de 30 de junho de 1988, por S.E. Mons. Marcel Lefebvre, sem mandato pontifício, os quatro mencionados prelados incorreram em excomunhão latae sententiae, formalmente declarada pela Congregação para os Bispos, em data de 1 de Julho de 1988.

S.E. Mons. Bernard Fellay, na citada missiva, manifestava claramente ao Santo Padre que: “Estamos sempre firmemente determinados na vontade de permanecer católicos e de colocar todas as nossas forças a serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica Romana. Aceitamos os seus ensinamentos com ânimo filial. Acreditamos firmemente no Primado de Pedro e em suas prerrogativas, e por isso nos faz sofrer tanto a situação atual”.

Sua Santidade Bento XVI, que tem acompanhado desde o início este processo, sempre procurou recompor a fratura com a Fraternidade, também se encontrou pessoalmente com S.E. Mons. Bernard Fellay em 29 de agosto de 2005. Naquela ocasião, o Sumo Pontífice manifestou a vontade de proceder por graus e em prazo razoável em tal caminho, e agora, benignamente, com solicitude pastoral e paterna misericórdia, mediante decreto da Congregação para os Bispos de 21 de Janeiro de 2009, revoga a excomunhão que pesava sobre os mencionados prelados. O Santo Padre foi inspirado nessa decisão na esperança que se chegue em breve à completa reconciliação e à plena comunhão.

Fonte: http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/23250.php?index=23250&lang=po

7 comentários:

Anônimo disse...

Quer dizer que agora a FSSPX está em plena comunhão com o papa?

Desculpa a pergunta, sei que esse assunto já se desenrola a anos, mas só agora com meu recente retorno à fé católica é que comecei a acompanhar o caso.

Mais uma pergunta, eles foram obrigados a aderirem ao CVII?

Grato!

Anônimo disse...

Pedro, as respostas para suas indagações encontram-se nessa carta de D. Fellay aos fiéis:

http://www.dici.org/dl/fichiers/Carta_aos_fieis.pdf

Anônimo disse...

Não foram obrigados a aceitar coisa alguma.

Assim como o papa concedeu de mão beijada a Missa Tridentina (para a FSSPX em particular e para o bem da Igreja em geral), se exigir nada em troca, agora o papa, por um ato de coerência e de justiça, declarou que os quatro bispos são católicos, apostólicos, romanos.

O que os bispos cederam para merecer isso?
Resposta: Nada. Foi um benefício unilateral.

Os hereges sinceros (que ao menos tem a honestidade como virtude) lastimam profundamente. Já vi quem dissesse que chegou às lágrimas, por ver no ato de Bento XVI um gesto de legitimação às queixas de D. Lefevbre.

Ao simplesmente eliminar todos os entraves canônicos lançados aos quatro bispos, foi como se Bento XVI dissesse: "Vocês rejeitaram a Missa Nova, vocês rejeitam o Concílio Vaticano II, vocês continuam sem variar seus posicionamentos ao longo destes mais de 20 anos... Vocês não aceitam nenhum acordo prático... Não querem ceder em nada... Bem, a minha resposta a essa intransigência é: EU ACOBERTO SEUS PROTESTOS E OS DECLARO LÍCITOS, SENDO ASSIM VOCÊS SÃO CATÓLICOS.

Pois é: o papa pagou o repudio ao Concílio Vaticano II chamando para a normalidade canônica os seus maiores inimigos.
Então, o papa provou com um ato que é BOM ser anti-conciliar... Os bispos da FSSPX foram premiados. E eu renovo com eles o meu repudio a todas essas novidades ambíguas, heréticas e destruidoras.

Viva o papa! Viva a Missa de sempre, fruto do desenvolvimento natural e multissecular da Liturgia! Viva a Fé Católica, sempre clara, sempre objetiva! Abaixo os modernistas declarados! Abaixo principalmente os semi-modernistas! Abaixo a liturgia fabricada como produto de intelectuais (Ratzinger, prefácio do livro de Klaus Gamber), abaixo os textos do Concílio que afrontavam os textos do Magistério Universal da Igreja!

Há muito tempo que tornei-me católico e portanto inimigo da Missa Nova e do Concílio em suas novidades! Obrigado, Santo Padre, por ter ensinado ao mundo o que qualquer católico honesto já sabia!

Anônimo disse...

Aos que chamaram o tradicionalismo católico de sedevacantismo prático: digam-me: vocês ainda vão violar a autoridade papal e insinuar que os bispos católicos da FSSPX favorecem o sedevacantismo? Ora, provem que são bons católicos e amantes da hierarquia, e retirem essas ofensas... Se nossos líderes, os únicos que foram "excomungados" são do ponto de vista LEGAL católicos plenos, quanto mais os leigos, que nunca receberam sanções da Igreja...

Unknown disse...

Analisando todo o documento:

Os bispos no seu pedido se mostraram muito tristes com a situação vivida e com uma firme posição filial de obediência.

“estamos sempre firmemente determinados na vontade de permanecer católicos e de colocar todas nossas forças ao serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica romana. Nós aceitamos seus ensinamentos com alegria filial. Nós acreditamos firmemente no Primado de Pedro e em suas prerrogativas e por isso nos faz sofrer tanto a atual situação”.

O papa por sua vez estendeu o braço da Igreja para a Fraternidade.

Sua Santidade Bento XVI – paternalmente sensível ao mal estar espiritual manifestado pelos interessados por causa da sanção de excomunhão e confiando no compromisso expressado por eles na carta citada de não poupar nenhum esforço para aprofundar nas necessárias conversações com as Autoridades da Santa Sé sobre as questões ainda abertas, e de poder deste modo chegar rapidamente à uma plena e satisfatória solução do problema posto na origem

Bento XVI confia no compromisso expressado por eles, os bispos, de não poupar nenhum esforço ao aprofundamento das conversações, então haverá conversas, ou seja de um lado o papa os acolhe e de outro lado espera que a Fraternidade não se feche ao diálogo para com a Santa Sé.

O papa com um ato de brandura mostra a docilidade da Igreja com seus filhos, isso vai trazer bons frutos.

Viva o papa!!!

Unknown disse...

É Roma quem estendeu o braço, agora a Fraternidade precisa dar seus passos também e assim chegar brevemente ao final das questões.
É evidente que este decreto não é um fim em si, quem diz isso faz conjecturas erradas do mesmo.
Porque do jeito que estava, a situação não andaria. Bento XVI
sabiamente deu impulso a engrenagem.

Rezemos!

Anônimo disse...

Espero que a FSSPX permaneça irredutível. Isso só trouxe bem para as almas, até agora. Sempre gentil, sempre pronta a repetir o que ela sempre disse.
Pois essa declaração dos bispos de permanecerem católicos e fiéis ao papa só é novidade para os que ignoravam (consciente ou inconscientemente). Qualquer tradicionalista sabia disso, tem sido assim desde os tempos de D. Lefevbre.
Recomendo que a FSSPX faça como as religiões envolvidas no ecumenismo: troque boas palavras, dialogue, amizade, tapinha nas costas... Mas jamais ceda no essencial.
As seitas heréticas que praticam o ecumenismo com Roma só têm a perder em não retornar à única Igreja (embora a conversão seja A ÚLTIMA COISA QUE WALTER KASPER DESEJE). Mas a FSSPX, em não aceitar nem um jota do que destoa da Doutrina Católica, faz um enorme bem. Já que ela sempre se encontrou na Igreja, e agora a própria Santa Sé dirimiu quaisquer dúvidas, meu desejo é que ela permaneça irredutivel a qualquer detalhe que sugira novidade ou modernismo.
Eu espero que ela permaneça como está, e Roma por sua vez retorne a tal ponto às práticas e ensinamentos pré-conciliares, que chegue a um momento em que não haja diferenças entre a FSSPX e a Santa Sé. Então nesse dia falarão em dar a FSSPX um status canônico, para inseri-la finalmente nos quadros jurídicos da Igreja, e eles poderão responder? "Para que? Ainda precisam disso?".