VATICANO - Papa Bento XVI nos Estados Unidos - “A liberdade religiosa, o diálogo inter-religioso e a fé visam algo mais do que um consenso, voltado a identificar estradas para atuar estratégias concretas e progredir a fé”
Washington (Agência Fides) - Encerrado o encontro com o mundo universitário católico, o Santo Padre Bento XVI visitou o "Pope John Paul II Cultural Center" para encontrar os Representantes de outras Religiões (judeus, muçulmanos, budistas e jainístas). “Este País tem uma longa história de colaboração entre as diversas religiões, em muitos campos da vida pública” - destacou o Santo Padre em seu discurso, exortando todos os grupos religiosos “a perseverar em sua colaboração” e a enriquecer assim a vida pública com os valores espirituais que animam sua ação no mundo.
“Os americanos sempre apreciaram a possibilidade de praticar seus cultos livremente em conformidade com sua consciência” - prosseguiu o Papa, citando Alexis de Tocqueville, o historiador Frances e estudiosos de temas americanos, que era fascinado por este aspecto da Nação. “Nas áreas urbanas, é comum que pessoas provenientes de regiões culturais e religiosas diversas se empenhem todos os dias, uns ao lado dos outros, em ambientes comerciais, sociais e educativos. Hoje, jovens cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, budistas e crianças de todas as religiões, nas salas de aula de todo o país se sentam lado a lado, aprendendo uns com os outros e uns dos outros. Esta diversidade dá lugar a novos desafios, que suscitam uma profunda reflexão sobre os princípios fundamentais de uma sociedade democrática”.
O Santo Padre destacou que “o dever de defender a liberdade religiosa nunca foi completado” e explicou que “tutelar a liberdade religiosa nas normas da lei não garante que povos, e de modo especial, minorias, sejam poupadas de injustas formas de discriminação e preconceitos. Isto requer um esforço constante por parte de todos os membros da sociedade, a fim de garantir que aos cidadãos seja oferecida a oportunidade de exercer o culto pacificamente e transmitir seu patrimônio religioso a seus filhos. A transmissão das tradições religiosas às gerações que se sucedem não apenas ajuda a preservar um patrimônio, mas sustenta e alimenta a cultura atual, que o circunda. A mesma coisa vale em relação ao diálogo inter-religioso. Seja aqueles que participam, seja a sociedade, são enriquecidos. Na medida em que crescemos na compreensão uns dos outros, vemos que compartilhamos estima pelos valores éticos, obtidos por meio da razão humana, que são venerados por todas as pessoas de boa-vontade. O mundo pede insistentemente um comum testemunho destes valores”. Em seguida, Bento XVI convidou todas as pessoas religiosas a considerar o diálogo não apenas como meio para reforçar a compreensão recíproca, mas como modo para servir, de modo mais amplo, a sociedade.
Após citar a contribuição das escolas confessionais à construção de uma sociedade respeitosa de práticas religiosas de todos, o Papa destacou “a enorme responsabilidade” dos líderes religiosos: “Eles devem permear a sociedade com um profundo temor e respeito pela vida humana e a liberdade; garantir que a dignidade humana seja reconhecida e apreciada; facilitar a paz e a justiça; ensinar às crianças aquilo que é justo, bom e razoável”.
“Enquanto unimos sempre nossos corações e mentes na busca da paz - disse ainda o Pontífice - devemos também ouvir com atenção a voz da verdade. Deste modo, nosso diálogo não se limita a identificar um conjunto comum de valores, mas prossegue, indagando o seu fundamento final”.
“Enquanto unimos sempre nossos corações e mentes na busca da paz - disse ainda o Pontífice - devemos ainda ouvir com atenção a voz da verdade. Deste modo, nosso diálogo não se limita a identificar um conjunto comum de valores, mas prossegue adiante para seu fundamento final”. Bento XVI destacou como “o mais importante objetivo do diálogo inter-religioso”, requer uma clara exposição das respectivas doutrinas religiosas, que pode encontrar espaço adequado em colégios, universidades e centros de estudo, enquanto a Santa Sé, por sua vez, tenta levar adiante este importante trabalho através do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, o Pontifício Instituto para Estudos Árabes e Islamística, várias Universidades Pontifícia.
O Papa concluiu seu discurso auspiciando que os fiéis de todas as religiões se unam “para defender e promover a vida e a liberdade religiosa em todo o mundo”, e desta forma, possam ser “instrumentos de paz para toda a família humana”.
No final de Sua vida ao "Pope John Paul II Cultural Center", o Papa dirigiu uma breve saudação na Polish National Room, aos representantes da Comunidade judaica e lhes entregou uma Mensagem de augúrio por ocasião da Pessach, festividade da Páscoa judaica, que se inicia sábado, 19 de abril.
(S.L.) (Agência Fides 18/4/2008)
Um comentário:
porque não abre as noticias?????
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