domingo, 19 de agosto de 2007

Esclarecimento sobre mudanças no «Documento de Aparecida»

Do cardeal Francisco Javier Errázuriz, arcebispo de Santiago do Chile

SANTIAGO DO CHILE, sábado, 18 de agosto de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos as declarações feitas pelo cardeal Francisco Javier Errázuriz, arcebispo de Santiago do Chile e um dos presidentes delegados da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, sobre as supostas mudanças que teriam sido feitas no «Documento de Aparecida». Esta transcrição foi publicada literalmente pela arquidiocese de Santiago do Chile em 17 de agosto.

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O cardeal Francisco Javier Errázuriz, ao ser consultado pela imprensa sobre o Documento Conclusivo de Aparecida, assinalou:

«O documento que levamos ao Papa, no dia 11 de junho, é o documento de Aparecida, Conferência que terminou em 31 de maio passado. Pode ser que tenha algumas correções, como de um ponto ou uma vírgula, coisas desse tipo podem ser; mas levamos ao Papa esse documento evidentemente».

«Uma Conferência como esta –acrescentou o Arcebispo de Santiago– é uma Conferência que está elaborando orientações pastorais para 40% dos católicos no mundo. Trabalham em comunhão com o Papa que tem a responsabilidade por 100% dos católicos no mundo. Por isso estes documentos sempre são levados ao Santo Padre; ele pede a colaboração dos distintos Dicastérios técnicos que têm e pode ser que algum tenha dito: esta frase pode ser mais precisa. O que nós sabemos é que a Congregação para a Doutrina da Fé disse que não havia afirmação alguma no documento que fosse contra ao dogma, à moral. Mas pode ser que algum dos Dicastérios tenha dito: é melhor utilizar essa palavra, fica mais claro; e contra isso estão reclamando».

Seguindo com suas declarações, o Cardeal Errázuriz afirmou: «Há um tema (no qual a modificação foi maior) que é o que mais doeu a muitos grupos no Brasil e também em outros países e é o que se referia às comunidades cristãs de base (comunidades eclesiais de base. N.d.t.), que foi um tema muito relevante e vem de Conferências Episcopais anteriores. No início não foi bem aceito em todas as partes, de maneira que houveram comunidades cristãs de base que fracassaram, outras se polarizaram e, em outros lugares, cresceram com uma fecundidade extraordinária. De que são uma bênção, isso são. Vamos fazer no CELAM um grande congresso para poder recolher as melhores experiências que existem de comunidades cristãs de base de maneira que isso se possa difundir em toda América-Latina, o bem destas comunidades. Creio que essa é a ação importante que há que se fazer. O texto definitivo sofreu algumas modificações, mas não está a solução em mudar um texto, a solução está em um grande congresso, em uma grande diálogo de comunhão fraterna onde se busquem os melhores caminhos e se recolham as melhores experiências das comunidades cristãs de base».

Por último, o Arcebispo de Santiago assegurou: «O espírito do documento é claríssimo, a experiência que vivemos em Aparecida foi uma experiência maravilhosa. O espírito é muito claro, as grandes linhas orientadoras são muito claras. Trata-se de formulações que não têm a importância que se lhes está atribuindo nestes momentos».

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