sábado, 10 de maio de 2008

Papa constata progressos na unidade com Igreja Apostólica Armênia

Fomenta a colaboração pastoral

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 9 de maio de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI constatou nesta sexta-feira os importantes progressos no caminho rumo à unidade alcançados pela Igreja Católica e pela Igreja Apostólica Armênia ao receber em audiência Sua Santidade Karekin II, patriarca supremo e catholicos de todos os armênios.

Foi um encontro caracterizado pela oração. Ambos representantes cristãos rezaram a liturgia das horas, junto a bispos armênios e a um grupo de fiéis dessa Igreja que acompanharam seus pastores em sua peregrinação ao túmulo do apóstolo Pedro.

Pouco antes, o Papa e Karekin II haviam se reunido em um encontro privado. Ao final, o pontífice pronunciou um discurso em inglês, no qual fez um balanço do diálogo ecumênico por ambas Igrejas.

«Realizaram-se importantes progressos para declarar as controvérsias doutrinais que tradicionalmente nos dividiram, em particular as questões sobre cristologia», explicou o Papa.

De fato, a causa do cisma da Igreja armênia, assim como de outras Igrejas «do antigo orienta cristão», conhecidas também como «ortodoxas orientais», foi sua oposição às declarações do Concílio de Calcedônia (ano 451) nas quais se reconhecia tanto a natureza divina como a humana de Cristo.

Nos últimos anos, se pôde constatar que aquele cisma se deveu a problemas lingüísticos e de interpretação cultural, que de verdadeiro conteúdo teológico, pois esta Igreja reconheceu tanto a humanidade como a divindade de Jesus.

«Durante os últimos cinco anos, se avançou muito graças à Comissão conjunta para o diálogo teológico entre a Igreja católica e as Igrejas ortodoxas orientais, da qual é membro a pleno título o catholicos de todos os armênios», afirmou o Papa.

O bispo de Roma pediu orações «para que esta atividade nos uma mais estreitamente à comunhão plena e visível, e para que se aproxime o dia em que nossa unidade na fé torne possível a celebração comum da Eucaristia».

«Até esse dia, os laços entre nós se consolidarão e ampliarão mais com acordos sobre questões pastorais, que estejam na linha com o grau de acordo doutrinal alcançado.»

«Somente quando se apoiar na oração e na colaboração efetiva, o diálogo teológico poderá levar à unidade que o Senhor deseja para seus discípulos», concluiu o Papa.

Bento XVI viveu uma intensa semana ecumênica, na qual recebeu o primaz da Igreja Anglicana, o doutor Rowan Williams, arcebispo da Cantuária, e na qual apresentou os católicos greco-melquitas como ponte de unidade com os ortodoxos ao receber o patriarca dessa Igreja, Sua Beatitude Gregorios III Laham.

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